Marcadores de enteropatogenicidade em amostras de Escherichia coliisoladas de crianças indígenas - etnia Guarani, Sul do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Coelho, Carla Verçoza Lopes
Orientador(a): Mangia, Adriana Hamond Regua
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24518
Resumo: As doenças diarreicas constituem um dos mais significativos agravos de saúde pública, principalmente, entre crianças de países em desenvolvimento. Nas populações indígenas a doença diarreica contribui significativamente para elevadas taxas de morbimortalidade infantil. Estudos epidemiológicos conduzidos em todo o mundo reconhecem e destacam a importância da Escherichia coli na patogenia destas enteroinfecções, entretanto, não existem informações sobre a circulação desses microrganismos na população em estudo. O objetivo desse estudo consiste em investigar marcadores genotípicos e fenotípicos em amostras de E. coli isoladas de crianças de diferentes aldeias Guarani localizadas no sul do estado do Rio de Janeiro, com base nas características de virulência e de resistência aos antimicrobianos. Foram incluídas 314 amostras de E. coli provenientes de 57 crianças de 0 a 5 anos de idade, com ou sem diarreia, moradoras das aldeias Araponga, Mamanguá, Rio Pequeno, Sapukai e Paraty Mirim. Para atingir a presente proposta os isolados de E. coli foram caracterizados conforme padrão de aderência, sensibilidade a antimicrobianos, diversidade genética e presença de marcadores diarreiagênicos. Os resultados obtidos a partir dos ensaios de amplificação e hibridização em colônias categorizaram os isolados como pertencentes aos patotipos diarreiogênicos (DEC): aEPEC (56%, 27/48), EAEC (36%, 17/48) e ETEC (8%, 4/48). As amostras DEC foram classificadas nos quatro principais grupos filogenéticos: A (56%; 27/48), B1 (26%; 13/48), B2 e D, 9% cada (4/48). Ensaios de aderência em células epiteliais HEp-2, as amostras ETEC (100%; 4/4) exibiram aderência sem padrão típico, EAEC (100%; 17/17) exibiu o padrão agregativo e as amostras aEPEC o padrão agregativo em 11% (3/27) e o indefinido em 89% (24/27). A resistência a antimicrobianos determinada pelo teste de difusão em ágar, detectou resistência em 88% das amostras (276/314), definindo 72 perfis sendo 8 para padrões isolados de antimicrobianos (AMI, AMP, CFL, CPM, GEN, NIT, NOR e SUT) e 64 de multirresistência para até 11 antimicrobianos. A análise do genoma total investigada pela amplificação randômica do DNA polimórfico revelou uma elevada diversidade entre as amostras de E. coli carreadoras dos marcadores de enteropatogenicidade caracterizando populações bacterianas de origem não-clonal. A detecção de patotipos intestinais e a circulação de amostras multirresistentes alerta para ações específicas na área de vigilância em saúde indígena.