Evolução da dengue no estado de Pernambuco, 1987-2006: epidemiologia e caracterização molecular dos sorotipos circulantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cordeiro, Marli Tenório
Orientador(a): Carvalho, Eduardo Maia Freese de, Schatzmayr, Hermann Gonçalves, Nogueira, Rita Maria Ribeiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3890
Resumo: Em Pernambuco, o primeiro surto de dengue ocorreu em 1987, pelo sorotipo 1. Em 1995, após sete anos sem notificação da doença, ocorreu nova epidemia causada pelo sorotipo 2. Em 2002, após a introdução do sorotipo 3, circularam simultaneamente os três sorotipos. Nesta tese são apresentados aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais das epidemias de dengue ocorridas no período de 1987 a 2006. Procedeu-se a caracterização molecular dos vírus dengue pelo seqüenciamento da junção dos genes E/NS1 para os sorotipos 1 e 2 e prM/M/E para o sorotipo 3. Análises filogenéticas realizadas identificaram os genótipos América/África, Sudeste Asiático e India Subcontinental para os sorotipos 1, 2 e 3, respectivamente. De 1987 a 2006 foram notificados 380.492 casos, com 612 casos confirmados de dengue hemorrágica e 33 óbitos. A taxa de incidência de casos aumentou de 134/100.000 para 1.438/100.000 habitantes, em 1995 e 2002, respectivamente. Adultos, entre 20 e 49 anos foram os mais atingidos inclusive pela dengue hemorrágica; a partir de 2003 aumentaram os casos entre menores de 15 anos. A razão entre casos do sexo masculino e feminino se manteve constante em 1:1,5. Dos casos notificados, 40,7 por cento eram do sexo masculino e 59,3 por cento do feminino (p0,0001). Casos de dengue hemorrágica foram registrados a partir de 1996. A razão entre dengue hemorrágica e dengue clássica foi 1:618 e a taxa de mortalidade de 5,4 por cento (1996 a 2006). Entre 225 casos de dengue hemorrágica analisados foram identificados 96/225 (42,7 por cento) casos de infecções primárias e 129/225 (57,3 por cento) de secundária (p0,05). A Região Metropolitana do Recife e o Agreste apresentaram as maiores taxas de incidência de casos de dengue. A análise laboratorial de 91.480 casos suspeitos confirmou 48.300 casos (52,8 por cento), por pelo menos um dos testes: isolamento de vírus, detecção do RNA viral, presença de anticorpos IgM e/ou aumento de quatro vezes no título de anticorpos inibidores da hemaglutinação. Os principais sinais e sintomas referidos pelos 48.300 casos confirmados foram: febre, cefaléia, dor retro-orbitária, mialgia e artralgia. As manifestações hemorrágicas mais freqüentes na forma grave da doença foram petéquias, metrorragia, sangramento gengival, epistaxe, melena e hematêmese. Trinta e dois pacientes apresentaram manifestações neurológicas sob a forma de encefalite, meningoencefalite e Guillian Barré. Formas graves e casos fatais foram observados pelos sorotipos 1, 2 e 3 e ocorreram tanto em casos de infecção primária como em secundária. Foi identificado apenas um genótipo para cada um dos três sorotipos que circularam no estado no período estudado