Síndromes hipertensivas da gestação e a prematuridade: dados do estudo “Nascer no Brasil"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Franco, Elizabeth de Paula
Orientador(a): Marano, Daniele
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57437
Resumo: As síndromes hipertensivas da gestação são as complicações mais frequentes das gestação. Os objetivos dessa tese foram avaliar a associação entre as síndromes hipertensivas da gestação e a prematuridade com base em estudos que compuseram uma revisão integrativa, e verificar o efeito causal dessa exposição sobre a prematuridade precoce e tardia com base em dados de âmbito nacional. Por isso, essa tese foi estruturada sob a forma de dois artigos. O primeiro artigo investigou as divergências metodológicas entre os estudos que avaliaram a associação entre as síndromes hipertensivas da gestação e a prematuridade através de uma revisão integrativa da literatura realizada entre setembro de 2020 e janeiro de 2021. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde, Embase, Web of Science e Scopus com base na combinação dos descritores “Pregnancy Induced Hypertension”, “High Risk”, Pregnancy”, “Prematurity, “Prematury Birth”, “Premature Neonate”, “Neonate Prematurity”. Foram encontrados 582 artigos, sendo nove selecionados. As principais disparidades metodológicas observadas foram relativas à classificação das síndromes hipertensivas da gestação, da prematuridade e controle de confundidores. Mesmo diante disso, verificou-se associação entre as diferentes categorias das síndromes hipertensivas da gestação e a prematuridade. O segundo artigo utilizou dados do estudo de âmbito nacional e de base hospitalar, intitulado Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento: “Nascer no Brasil”, conduzido entre fevereiro de 2011 a outubro de 2012, com entrevista a 23.894 mulheres. Para esse artigo, a amostra foi composta por 20.494 puérperas, sendo que 2.369 mulheres apresentaram síndrome hipertensivas da gestação que compreendeu a síntese das respostas positivas para qualquer uma das questões relativas ao aumento da pressão arterial, presença de pré-eclâmpsia, Síndrome HELLP contidas nos questionários preenchidos com dados do prontuário hospitalar e do cartão de pré-natal. O desfecho foi categorizado em prematuridade precoce (<34 semanas de gestação) e tardia (34-36 semanas de gestação). Para a realização das análises, foi elaborado um gráfico acíclico direcionado para identificar as covariáveis de ajuste necessárias para estimar o efeito causal das síndromes hipertensivas da gestação sobre a prematuridade. As variáveis que constituíram o conjunto mínimo de ajuste foram a idade materna, escolaridade materna, situação conjugal, paridade, índice de massa corporal pré-gestacional, ganho de peso gestacional, doença autoimune, doença renal crônica, diabetes mellitus pré-gestacional, diabetes mellitus gestacional, anemia materna, infecção do trato urinário e adequação do pré-natal. Em seguida, aplicou-se o método de ponderação pelo VIII escore de propensão para lidar com o desbalanceamento entre os grupos expostos e não expostos. Dentre os prematuros (2139), 2,6% foram precoces e 7,8%, tardios. Após a ponderação pelo escore de propensão, as mulheres com síndromes hipertensivas da gestação apresentaram 2,74 vezes a chance de terem prematuros precoces (ORaj: 2,74; IC95%: 2,12- 3,54) e 2,40, de terem prematuros tardios (Oradj: 2,40; IC95%: 1,86-3,08). Verificou-se, em publicações prévias, associação entre as síndromes hipertensivas da gestação e a prematuridade. E com base no uso do método de escore de propensão, foi possível avaliar o efeito causal dessa exposição sobre a prematuridade precoce e tardia. Com base nesses resultados, é importante ressaltar a importância da adequação do pré-natal para diagnosticar precocemente e tratar as mulheres com síndromes hipertensivas visando a redução das complicações decorrentes desta condição clínica, sobretudo à prematuridade.