Evolução nutricional de pacientes com Tuberculose em tratamento medicamentoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Bacelo, Adriana Costa
Orientador(a): Rolla, Valeria Cavalcanti, Silva, Rejane Andréa Ramalho Nunes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60670
Resumo: A Tuberculose (TB) e a má nutrição são problemas de saúde pública que acometem milhões de pessoas anualmente. O Ministério da Saúde do Brasil (MS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam a realização do aconselhamento dietético baseado na Recommended Dietary Allowance (RDA) para os pacientes em tratamento de TB com má nutrição leve ou moderada. Objetivo: avaliar a capacidade do aconselhamento dietético exclusivo preconizado pelo MS de suprir todas as demandas nutricionais causadas pela TB em pacientes infectados ou não pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Assim como, identificar os fatores que interferem na adesão ao aconselhamento dietético. Metodologia: estudo longitudinal e observacional realizado com pacientes adultos em acompanhamento medicamentoso para TB, infectados ou não pelo HIV. Foram realizadas as avaliações antropométrica, bioquímica e dietética (Recordatório de 24 horas) e em seguida implementou-se o aconselhamento dietético. A percepção de adesão dietética foi avaliada por autorreferência nas diferentes consultas durante os 180 dias de estudo. Foi considerada má nutrição quando pelo menos um dos resultados da avaliação nutricional estava fora dos valores de referência, sendo classificada de acordo com os parâmetros considerados, em: global (todos os parâmetros), calórica (Índice de Massa Corporal - IMC, dobra cutânea triciptal – DCT, e circunferência do braço - CB), proteica (circunferência muscular do braço - CMB, albumina e transferrina), ou específica (marcadores séricos de ferro, selênio, zinco, retinol e ∂- tocoferol). Os dados foram analisados no programa R-project® versão 3.0.2. Os resultados foram divididos em tempo inicial e seguimento. As diferenças foram consideradas significantes quando o valor de p foi ≤ 0.05. Resultados: 68 pacientes foram incluídos, com idade média de 41.1 (±13.4) anos, predomínio do sexo masculino, de baixa escolaridade e baixa renda, com forma clínica pulmonar. Todos os pacientes apresentavam algum tipo de má nutrição, entretanto aqueles com HIV (22 pacientes) tinham maior comprometimento de proteínas totais, hemoglobina e hematócrito. Apesar de apenas 25% dos pacientes estarem desnutridos pelo IMC; 66.1% estavam com anemia; 95.6% estavam com má nutrição proteica, 70.6% tinham má nutrição calórica, e 82.4% má nutrição específica. Trinta e quatro pacientes completaram o protocolo do estudo (180 dias). O consumo médio de energia, proteína e zinco durante o tratamento estiveram próximo ao mínimo recomendado pela RDA, enquanto que para os outros nutrientes o consumo médio esteve geralmente abaixo do valor recomendado pela RDA. A adesão ao aconselhamento dietético foi baixa, entretanto, não houve diferença estatística entre infectados ou não pelo HIV. Apenas uma pequena parcela da população (< 80% para calorias e < 40% para os demais nutrientes, em todos os momentos) ingeriu pelo menos uma vez a RDA conforme aconselhado. Os transtornos gastrointestinais foram os motivos mais prevalentes de não adesão dietética. Conclusão: a má nutrição não foi revertida ao longo do tratamento da TB, independente da infecção ou não por HIV. O uso isolado do IMC não foi um marcador sensível para identificar má nutrição. A adesão ao aconselhamento foi prejudicada principalmente pela presençade transtornos gastrointestinais e anorexia