Papel de proteoglicanos sulfatados no reconhecimento e invasão de formas amastigotas de Trypanosoma cruzi em cardiomiócitos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Medeiros, Renata Bambino
Orientador(a): Pereira, Mirian Claudia de Souza, Meirelles, Maria de Nazareth Silveira Leal de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37287
Resumo: Diversos mecanismos de invasão têm sido descritos na infecção de diferentes tipos celulares pelo Trypanosoma cruzi, apontando a versatilidade deste parasita no reconhecimento de diferentes ligantes e/ou receptores na superfície da célula alvo. Além dos tripomastigotas, formas infectivas clássicas, as formas amastigotas desempenham importante papel na manutenção da infecção e progressão da doença de Chagas. Embora avanços no entendimento do mecanismo de invasão de tripomastigotas tenham sido alcançados, as moléculas que modulam o reconhecimento e disparam o processo de invasão de amastigotas ainda são pouco elucidadas. Neste estudo, avaliamos a participação de glicosaminoglicanos (GAGs) no processo de reconhecimento e invasão de amastigotas em cardiomiócitos in vitro. A padronização do processo de amastigogênese in vitro revelou que a diferenciação majoritária de tripomastigotas de T. cruzi em amastigotas ocorre após 48h de indução em meio ácido. Neste tempo de diferenciação (48h), os parasitas apresentaram (I) morfologia arredondada, (II) elevados índices de proliferação, (III) presença de antígeno estágio-específico (Ssp4) e (IV) características ultra-estruturais similares a amastigotas intracelulares. A cinética de infecção amastigota-cardiomiócito revelou elevados índices de infecção, atingindo 25% e 51% após 2h e 48h, respectivamente, na proporção de 65:1 parasita-célula alvo Para avaliar o papel de GAGs sulfatados no reconhecimento parasita-cardiomiócitos, amastigotas foram pré-tratados com 20\03BCg/ml de GAGs solúveis, incluindo heparina, heparan sulfato (HS), condroitim sulfato (CS), dermatan sulfato (DS) e queratam sulfato (KS), antes da interação com a célula alvo. Nossos resultados demonstraram que o tratamento de amastigotas com heparina e HS inibe a penetração em cardimiócitos, alcançando 82% e 65% de inibição da invasão, respectivamente. Semelhante à tripomastigotas, o reconhecimento de amastigotas extracelulares é mediado pelo dissacarídeo ácido D-glucurônico (GlcA) ou ácido L-idurônico (IdoA) e N-acetilglicosamina (NacGli), enquanto GAGs também negativamente carregados, como CS, DS e KS, não dispararam a invasão de amastigotas. A infecção de células de ovário de hamster, selvagem (CHO-K1) e deficientes em GAGs (CHO-745), apontaram uma redução significante de 74% e 67% da invasão após 2h e 4h de interação, respectivamente. Estes resultados corroboram dados de competição, sugerindo a participação de proteoglicanos de HS como moléculas mediadoras do processo de invasão de amastigotas.