Análise da mortalidade perinatal em Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rondon Neto, Edmundo
Orientador(a): Picoli, Renata Palópoli
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://arca.fiocruz.br/handle/icict/66466
Resumo: A mortalidade perinatal é definida pelos óbitos fetais ocorridos a partir da 22ª semana de gestação e os óbitos neonatais menores que sete dias completos de vida, sendo caracterizada por sua considerável evitabilidade por intervenções nos diversos níveis do sistema de saúde. A evitabilidade, no contexto da saúde pública tem relação com eventos de adoecimento, incapacidade ou óbitos que poderiam ser prevenidos através de uma assistência resolutiva. A Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde do Brasil (LBE), para menores de cinco anos de idade, classifica os óbitos infantis nos grupos de "causas evitáveis", "mal definidas" e "demais causas, não claramente evitáveis". O objetivo do estudo foi analisar a mortalidade perinatal e sua tendência temporal em Mato Grosso do Sul. Este Trabalho de Conclusão de Mestrado é fruto do Programa de Pós-graduação stricto sensu mestrado em Saúde da Família (PROFSAÚDE)". O produto técnico tecnológico será a base de dados técnico-científica, onde o artigo será disponibilizado na página oficial do Comitê estadual de Prevenção a Mortalidade Materna e infantil da SES-MS. Realizou-se um estudo ecológico de serie temporal com a utilização de dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), no período de 01 de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2022, no estado do Mato Grosso do Sul (MS) e nos quatro estratos constituídos pelas macrorregiões de saúde do MS. Foi realizada a classificação de evitabilidade de acordo com a LBE em menores de cinco anos atualizada e a análise de tendência temporal, por meio do programa JoinPoint Regression Program Foram registrados 4.001 óbitos perinatais no período, com Coeficiente de Mortalidade Perinatal (CMP) entre 13,9/1.000 nascidos vivos (NV) em 2016 e em 12,9/1.000 NV (2022) no estado. De acordo com a LBE, 69,1% dos óbitos foram classificados como evitáveis principalmente por adequada atenção à mulher na gestação (33,7%); as causas mal definidas representaram 21,4% dos óbitos. A tendência temporal do CMP foi classificada como estacionária no estado e nas macrorregiões de saúde, exceto a macrorregião de Corumbá que apresentou tendência decrescente no período, porém na divisão por triênios a mesma apresentou tendência estacionária. Identificar de forma clara os fatores relacionados ao evento do óbito perinatal é o primeiro passo para a constituição de ferramentas para o planejamento de possíveis intervenções que consequentemente acarretarão a redução dos óbitos fetais e neonatais precoces. Apesar de redução (ainda que lenta), o CMP no estado de Mato Grosso do Sul ainda se encontra elevado. O estudo espera contribuir para a compreensão das causas que levam ao óbito, bem como as fragilidades que a circundam, para que assim sejam construídas estratégias de maior efetividade, considerando os aspectos regionais e particularidades encontradas no estado.