Estudo de preditores e da prevalência da infecção materna por chlamydia trachomatis em uma coorte de gestantes infectadas pelo HIV no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Teixeira, Maria de Lourdes Benamor
Orientador(a): Brasil, Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do, Gouvêa, Maria Isabel Fragoso da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53325
Resumo: A infecção por Chlamydia trachomatis (CT) é a uma das doenças bacterianas sexualmente transmissíveis mais prevalentes no mundo, podendo causar doenças graves tanto na mãe quanto no recém-nato. Até hoje pouco se conhece da história de exposições, características clínicas e preditores da infecção em gestantes infectadas pelo HIV, principalmente no Brasil. Artigo 1: Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre modelos de predição para infecção por CT em gestantes. Metodologia: As buscas foram realizadas no PubMed, Scopus, LILACS, Embase e ISI Web até maio de 2017. Os estudos foram elegíveis se um teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) ou ligase foi utilizado como padrão de referência para o diagnóstico de CT, as amostras foram coletadas do trato genitourinário, as análises incluíram um modelo multivariado para fornecer estimativa de risco individual. Dois revisores independentemente extraíram os dados; as divergências foram resolvidas por um terceiro revisor. Resultado: Três estudos preencheram os critérios de elegibilidade. Os dados dos estudos selecionados foram coletados entre 2001 e 2012; a prevalência de CT variou de 3,24% a 11,49%. Os preditores encontrados foram: idade, número de parceiros sexuais, anos de estudo, sexo extraconjugal, corrimento vaginal e presença de leucócitos no esfregaço vaginal. Um estudo mostrou uma área sob a curva ROC de 0,71. O modelo de predição de outro estudo teve uma sensibilidade de 0,72 e uma especificidade de 0,74. O terceiro não relatou a precisão do modelo de predição. Nenhum testou calibração ou relatou como os dados faltantes foram tratados. Conclusão: As evidências atuais não corroboram o uso de regras de predição como o método definitivo para a predição de infecção por CT durante a gestação. Artigo 2: Objetivo: Avaliar a prevalência e construir um modelo de predição para identificar as infecções por CT em uma coorte de gestantes infectadas pelo HIV. Metodologia: Estudo transversal aninhado em uma coorte retrospectiva; 750 gestantes acompanhadas na Unidade Materno-Fetal do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) entre janeiro de 2009 e junho de 2016. O teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) para CT da cérvix uterina foi realizado durante a gestação. A coleta de dados foi realizada em base eletrônica de dados e prontuários. Para criar o modelo de predição, a regressão logística foi a estratégia de análise. Os preditores foram selecionados através da técnica de backward pelo Critério de Informação de Akaike; somente preditores identificados como significantes ao nível de 5% foram mantidos no modelo final, mesmo se depois da penalização os p valores foram maior que 5%. Medidas de desempenho geral como a área sob a curva ROC e escore de Brier foram estimadas. Resultado: A prevalência de CT foi de 12,13%. A mediana da idade foi de 27 anos e a mediana da idade gestacional foi de 24 semanas; 63,5% dos participantes apresentava parceiro fixo. O modelo final foi composto por quatro preditores: estado civil atual, diagnóstico clínico de cervicite, aborto espontâneo em gravidez anterior e presença de verrugas genitais nesta gestação. O desempenho do modelo foi: Curva ROC de 0,599, R2 de 0,024 e Brier de 0,105. Dentre os 91 casos identificados, o modelo previu 90,8 casos. O modelo final teve discriminação moderada a fraca. Conclusão: Este estudo não corrobora o uso de regras de predição como o método ideal para a identificar a infecção por CT em gestantes infectadas pelo HIV mas o modelo encontrado pode ser utilizado em locais onde exames laboratoriais mais acurados não são disponibilizados