Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Paixão, Cristiane Cavalcante |
Orientador(a): |
Assis, Simone Gonçalves de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24436
|
Resumo: |
O atendimento psiquiátrico de crianças e adolescentes, filhos de Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro no HCPM-RJ entre 2005 e 2009, revelou quadros graves, com histórias de vivências de violência, além de psicopatologia e falecimento dos pais. Existem evidências na literatura sobre o estresse do trabalho policial, maior prevalência de violência doméstica (VD) e de abuso de álcool (AA) e da elevada morbimortalidade nesta população, mas são poucos os estudos a respeito do impacto sobre as famílias. Nesta dissertação buscamos compreender melhor os transtornos diagnosticados e a exposição dos filhos de policiais a fatores de risco, possivelmente relacionados com a ocupação dos pais, incluindo percepções e vivências individuais e familiares. Metodologia: estudo transversal de pacientes novos, admitidos no ambulatório de psiquiatria do HCPM-RJ entre maio e outubro de 2012, combinando métodos: quantitativo (entrevista de diagnósticos psiquiátricos-K-SADS-PL) e escalas de violência (psicológica -VP e familiar-comunitária); qualitativo (entrevista com pacientes e pais) e triangulação dos dados. Resultados: Foram avaliados 39 crianças e adolescentes, com elevada prevalência de transtornos (85%), TDAH presente em 51,2% e Transtornos de Ansiedade em 43%, VD em 53% , TEPT em 23%, dos quais 66,6% vivenciaram VD e 55,5% com AA nos pais. É importante o medo relacionado aos riscos da profissão nos filhos e está mais presente nas famílias que vivenciam violência. Alterações de comportamento familiar, associadas às situações de estresse e medo, comprometem o diálogo e potencializam o medo. Conclusões: O estudo sugere que o trabalho policial militar esteve relacionado a: medo em seus filhos, alterações do funcionamento familiar, violência doméstica e outras violências; que se relacionaram a transtornos psiquiátricos graves e comórbidos nos filhos. Sugerimos: ampliação do atendimento em saúde mental para os policiais militares e suas famílias; contratação de psiquiatras da infância e adolescência e aumento do número de psiquiatras e psicólogos; formação de equipes multidisciplinares para o atendimento das crianças e adolescentes; equipes treinadas na prevenção, diagnóstico e tratamento com ênfase nas situações de violência e estresse ocupacional; inclusão de disciplinas sobre o estresse e os impactos da violência sobre a saúde nos cursos de formação dos policiais; estudos prospectivos e comparativos buscando também fatores protetores e, finalmente, o desenvolvimento de estratégias preventivas e de promoção de saúde mental, cujo impacto positivo deverá estender-se à qualidade dos serviços prestados pela Polícia Militar à população. |