Impacto da infecção por Zika em parâmetros da história de vida de mosquitos Aedes aegypti

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silveira, Isabella Dias da
Orientador(a): Freitas, Rafael Maciel de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51532
Resumo: Desde a sua introdução nas Américas em 2014, o vírus Zika tem sido alvo de vários estudos, principalmente após sua associação com complicações neurológicas, tais como a síndrome de Guillain-Barré e a microcefalia em neonatos. No Brasil, o ciclo de transmissão do vírus é mantido na natureza majoritariamente por mosquitos Aedes aegypti. Um aspecto que tem sido elucidado em muitos modelos envolvendo arbovírus e artrópodes é o custo no fitness do vetor causado por uma infecção viral. No geral, tem sido descrito que arbovírus podem levar a modificações no fenótipo do vetor, influenciando diretamente parâmetros fundamentais para a capacidade vetorial, como por exemplo, a sobrevivência diária, comportamento alimentar e fecundidade. Apesar desse impacto no fitness ser bem descrito para dengue (DENV) e febre do Oeste do Nilo (WNV), pouco se sabe acerca do papel do ZIKV como mediador de alterações na biologia do Ae. aegypti. Desta forma, este trabalho visa analisar possíveis variações no fitness do inseto, causadas por uma infecção com o ZIKV, e complementarmente avaliar os efeitos de uma superinfecção (uma nova infecção com o mesmo isolado viral) Para isso, fêmeas de Ae. aegypti coletadas em três distritos do RJ \2013 Barra, Deodoro e Porto \2013 foram submetidas à uma alimentação artificial com sangue contendo o vírus Zika. Sete dias após a primeira exposição, uma amostra dos mosquitos foi desafiada à uma nova infecção com o mesmo vírus. Parâmetros como sobrevivência diária, sucesso de oviposição e número de ovos por postura foram monitorados regularmente. No final de 60 dias, uma ANOVA revelou que a infecção não teve efeito na sobrevivência dos mosquitos. No entanto, a longevidade das fêmeas variou significativamente de acordo com as populações. Mosquitos superinfectados também apresentaram padrões de susceptibilidade variando conforme a população. Considerando o sucesso de oviposição, não houve diferenças entre mosquitos infectados e não-infectados, porém, o genótipo das populações foi novamente um determinante nos resultados observados. Para o grupo superinfectado, os indivíduos de Porto, que apresentaram longevidade menor, exibiram título viral superior nas glândulas salivares. No geral, o vírus Zika não afetou a sobrevivência e o fenótipo de oviposição das fêmeas de Ae. aegypti, no entanto, as diferenças entre populações parecem ser determinantes na resposta à infecção