Estudo do gene merA em bactérias gram-negativas resistentes ao mercúrio isoladas de ecossistemas aquáticos brasileiros: contribuição para a mitigação dos riscos do mercúrio à saúde humana através da biorremediação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Duque, Sheila da Silva
Orientador(a): Barrocas, Paulo Rubens Guimarães, Mangia, Adriana Hamond Regua
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34309
Resumo: O mercúrio (Hg) é considerado um dos poluentes ambientais mais perigosos, devido a sua persistência no ambiente, eficiente transporte atmosférico e elevada toxicidade. A biogeoquímica do Hg em ambientes aquáticos é controlada principalmente por reações mediadas por bactérias. Dentre elas, a mais relevante do ponto de vista da redução do risco do Hg é a redução dos íons mercúricos à forma elementar, menos tóxica, devido à presença do gene merA, que codifica a enzima mercúrio-redutase. Neste estudo, 123 bactérias Gram-negativas resistentes ao Hg foram isoladas de ecossistemas aquáticos brasileiros (RJ, RO, MT e RS). Foram isoladas bactérias resistentes ao Hg em todos os pontos de coleta. A maioria dos isolados foi identificada como E. cloacae, K. pneumoniae, Pantoea sp., E. coli e Serratia sp., indicando contaminação fecal das áreas estudadas. Independente do histórico de contaminação mercurial local, a maioria das amostras apresentou Concentração Mínima Inibitória de Hg igual a 20 µM e foi resistente a pelo menos um dos antimicrobianos testados. O gene merA foi detectado em 91 % dos isolados, utilizando PCR. A caracterização do gene merA através de sequenciamento confirmou a especificidade dos produtos de amplificação que apresentaram grande similaridade entre si e uma alta divergência genética em relação às sequências identificadas em outros países. Isto sugere a ocorrência de eventos genéticos ao longo do tempo, que resultaram no polimorfismo genético observado no gene merA. A partir dos dados obtidos neste estudo, esperamos contribuir para o avanço do conhecimento sobre a resistência ao Hg, relacionada ao gene merA e suas possíveis aplicações para a biorremediação da poluição ambiental.