Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Gama, Kelly Barbosa |
Orientador(a): |
Villareal, Cristiane Flora |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18760
|
Resumo: |
INTRODUÇÃO: Dor neuropática (DN) é um tipo de dor crônica causada por lesão ou disfunção do sistema nervoso. Atinge cerca de 3 a 17% da população mundial e é considerada um problema de saúde pública. Dentre os mecanismos envolvidos na indução e manutenção da dor neuropática, merece destaque o papel das citocinas, que atuam como neuromoduladores envolvidos na sensibilização dolorosa. Não existe atualmente tratamento clínico que leve à cura da dor neuropática. Evidências experimentais indicam que células-tronco mesenquimais, através de sua ação parácrina, possuem grande potencial na terapêutica desta síndrome. OBJETIVO: O presente trabalho teve por objetivo investigar o potencial terapêutico do meio condicionado (MCd) obtido a partir do sobrenadante da cultura de células-tronco mesenquimais em modelo experimental de neuropatia, comparando seus efeitos aos das próprias células-tronco mesenquimais (CMMO) e aos efeitos da terapia farmacológica atualmente utilizada no controle clínico da dor neuropática. MÉTODOS: As CMMO foram obtidas a partir de medulas ósseas de camundongos C57Bl/6, oriundos do CPqGM (FIOCRUZ-BA), e foram caracterizadas por citometria de fluxo e ensaios de diferenciação celular in vitro. Animais da mesma linhagem foram submetidos à cirurgia de ligadura parcial do nervo isquiático e seus limiares nociceptivos mecânico e térmico foram avaliados durante todo o período experimental (60 dias) com filamentos de von Frey e Hargreaves, respectivamente. Secções de medula espinal (L4-L5) e nervos isquiáticos foram coletadas para análise quantitativa de citocinas por ELISA. Todas as avaliações foram realizadas antes e depois do tratamento com MCd, com CMMO (1x106), e com os fármacos indometacina (1 mg/kg) e gabapentina (70 mg/kg). RESULTADOS: A análise comportamental demonstrou redução dos limiares nociceptivos mecânico e térmico dos camundongos após a cirurgia de ligadura, evidenciando o desenvolvimento de alodinia e hiperalgesia, indicativos de neuropatia. O tratamento dos animais neuropáticos com única administração endovenosa de MCd induziu aumento do limiar de nocicepção durante todo o período experimental. Em comparação aos outros tratamentos propostos, apenas a administração de CMMO alcançou resultados semelhantes. A indometacina e a gabapentina tiveram efeito antinociceptivo somente durante o período de tratamento com as mesmas. A análise quantitativa das citocinas IL-1β, IL-10, TNF-α e IL-6 nos nervos isquiáticos ipsilaterais e medulas espinais dos camundongos evidenciou que o tratamento com MCd ou CMMO reduziu os níveis de IL-1β, TNF-α e IL-6, e aumentou os níveis de IL-10, tanto na medula (nível central) quanto no nervo (nível periférico). Os tratamentos com indometacina e gabapentina tiveram efeitos menos consistentes sobre os níveis de IL-1β, TNF-α, IL-6 e IL-10, a depender da citocina, tempo e sítio avaliado. CONCLUSÃO: O efeito do MCd na DN experimental é comparável ao das CMMO, e superior em magnitude e duração ao tratamento farmacológico usual para essa síndrome. É possível que o efeito antinociceptivo do MCd na neuropatia decorra da modulação da produção de citocinas nas vias de dor, e portanto, de uma interferência com o curso da doença. Em conjunto, os dados desse estudo permitem propor que o MCd pode ser uma alternativa inovadora de aplicação futura para o tratamento da DN. |