Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Jessica Salvador Areias de |
Orientador(a): |
Delgado, Isabella Fernandes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40067
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Resumo: |
Evidências disponíveis atualmente mostram que a segurança de antidepressivos (ADs) ainda não é totalmente esclarecida, e a decisão de prescrever esse tipo de medicamento durante a gestação deve levar em consideração a gravidade da depressão. Sabe-se que todos os medicamentos psicotrópicos se difundem através da placenta, expondo o feto a algum risco- aborto, malformações congênitas e desordens do neurodesenvolvimento, como por exemplo o transtorno do espectro autista (TEA), transtorno do deficit de atenção e/ou hiperatividade (TDAH), transtorno intelectual, de fala e linguagem, dentre outros. Nenhum destes medicamentos foi avaliado quanto a possíveis riscos decorrentes do uso durante a gravidez. O presente trabalho tem por objetivo realizar análise sistemática dos estudos epidemiológicos sobre os efeitos para o desenvolvimento neurocomportamental e a cognição de crianças/adolescentes decorrentes de exposição in utero a ADs. As bases de dados PubMed, EMBASE, BIREME/BVS foram pesquisadas para identificar estudos de associações entre o uso de ADs na gravidez e o desenvolvimento de transtornos neurodesenvolvimentais e psiquiátricos. Vinte estudos abordaram os riscos de TEA e/ou TDAH, enquanto 30 se concentraram em deficits cognitivos e de desenvolvimento em bebês ou crianças em idade pré-escolar. A maioria dos estudos não detectou associação entre o uso de ADs no período pré-natal e o desenvolvimento de TEA após ajuste de razões de risco para depressão materna ou transtornos psiquiátricos. Alguns estudos mostraram que a depressão materna, independentemente de ser tratada ou não tratada, aumenta os riscos de TEA. Sete estudos não encontraram aumento no risco de TDAH associado à exposição pré-natal aos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), o AD mais comumente usado. Nenhuma evidência consistente foi encontrada associando o uso de ADs na gravidez aos deficits neurocognitivos do desenvolvimento em lactentes ou pré-escolares. Um confundimento residual por indicação (gravidade da depressão) permaneceu em quase todos os estudos. Esta revisão sistemática não encontrou evidências consistentes sugerindo que o uso de ADs na gravidez aumenta os riscos de TEA, TDAH e deficits de desenvolvimento neurocognitivo. Alguns estudos, no entanto, encontraram evidências de que a depressão materna aumenta os riscos de TEA. |