Estudo dos mecanismos reguladores da expressão e atividade da enzima Indoleamina 2,3 dioxigenase (IDO) em células dendríticas estimuladas por Mycobacterium leprae

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Jéssica Araujo da Paixão de
Orientador(a): Pessolani, Maria Cristina Vidal
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25143
Resumo: A Indoleamina 2,3 Dioxigenase (IDO) é uma enzima envolvida na primeira etapa do catabolismo do triptofano e pode apresentar um efeito dúbio, tendo sido descrita em ambientes microbicidas ou tolerogênicos. Diversos trabalhos do nosso grupo demonstraram que a IDO é diferencialmente regulada nas diferentes formas clínicas da hanseníase, sendo capaz de mediar os mecanismos tolerogênicos observados na forma multibacilar e ao mesmo tempo mediar os mecanismos microbicidas observados na forma paucibacilar e nos episódios reacionais. O presente estudo tem como objetivo investigar os mecanismos reguladores da expressão e atividade da IDO em células dendríticas diferenciadas de monócitos (mDCs) estimuladas por Mycobacterium leprae. Para isso, monócitos foram obtidos a partir de células mononucelares derivadas de monócitos (PBMCs) de buffy coats por seleção positiva. Para diferenciar as mDCs, os monócitos foram estimulados com GM-CSF e IL-4 durante 6 dias. O fenótipo destas células e a expressão de IDO foram avaliados por citometria de fluxo. A atividade de IDO foi avaliada por HPLC e a produção de citocinas nos sobrenadantes foi determinada por ELISA. Foi observado que as mDCs diferenciadas por este protocolo não expressam CD14, mas expressam CD11c, CD123, CD209, CD303, CD304 e HLADR. O CD83 foi pouco expresso, enquanto CD86 foi altamente expresso. Não foi observada modulação no fenótipo celular das mDCs estimuladas por M. leprae. Paralelamente ao estímulo do M. leprae utilizamos as frações de membrana (MLMA) e solúvel (MLSA) O estimulo com M. leprae foi capaz de aumentar a expressão da proteína IDO e sua atividade em mDCs, além de aumentar a expressão gênica de outras enzimas da via. Entre os estímulos estudados, o MLMA induziu a produção de citocinas pró-inflamatórias em mDCs. Em conjunto, M. leprae e suas frações induziram a expressão e atividade de IDO. A ausência de TLR2 em culturas de mDCs levou a diminuição da atividade de IDO induzida por M. leprae e MLMA, mostrando o envolvimento de TLR2 na indução de IDO. O bloqueio do TNF-\03B1 em mDCs estimuladas por M. leprae e suas frações levou a diminuição da atividade de IDO. Nossos dados demonstraram que a pré-incubação de mDCs com M. leprae induziu um aumento na frequencia de células T supressoras CD4+CD25+CTLA-4+ em culturas estimuladas com M. leprae quando comparadas com as culturas não estimuladas, o que foi revertido na presença do inibidor de IDO, o 1 metil triptofano (1-MT). Também foi mostrado que IDO é importante para a sobrevivência do bacilo. Em conjunto, nossos dados mostram que M. leprae e suas frações MLMA e MLSA são capazes de modular a atividade e funcionalidade de IDO em mDCs sugerindo que esta via possa ter um papel importante na imunopatogênese da hanseníase