Efeitos da indução de tolerância oral a antígenos cardíacos na progressão de modelos agudo e crônico de cardiomiopatia com componente imuno-inflamatório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moscavitch, Samuel Datum
Orientador(a): Faria Neto, Hugo Caire de Castro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37819
Resumo: Introdução: A insuficiência cardíaca é considerada uma doença multifatorial complexa com alta prevalência na população. A hipertensão e a doença de chagas compartilham em seu estagio final a insuficiência cardíaca. Evidências recentes mostram a ativação crônica de mecanismos inflamatórios e do sistema imune adaptativo em seu desenvolvimento. Objetivo: Avaliar se o tratamento com antígenos totais cardíacos (tolerância oral) é capaz de influenciar a progressão da cardiomiopatia em ratos hipertensos e camundongos com miocardite chagásica. Métodos: Foram utilizados ratos espontaneamente hipertensos e camundongos infectados intraperitonealmente com T. cruzi, cepa Y. Em ambos modelos, utilizamos o protocolo para indução de tolerância oral, com 20mg de extrato de proteínas cardíacas por via oral e, em seguida, imunização ou infecção. Resultados: Em machos hipertensos tratados por via oral e intraperitoneal com extrato de proteínas cardíacas, observamos um aumento percentual significativo de linfócitos CD4+CD25+ no tecido cardíaco, comparado a machos e femeas hipertensos não tratados. Também observamos no coração de machos hipertensos tratados uma redução no percentual de linfócitos CD4+TCRJG e CD28+, enquanto linfócitos CD3+CD4+ e CD3+CD4+CD44+ se mantiveram nos mesmos níveis a de machos hipertensos não tratados Na análise histológica do tecido cardíaco, machos hipertensos não tratados apresentaram extensos focos inflamatórios, enquanto o grupo de machos hipertensos tratados mostrou infiltrados leucocitários organizados no endomísio e perimísio. Em camundongos com miocardite chagásica aguda, observamos no grupo tratado por via oral e infectado um maior percentual de linfócitos T CD8+ no tecido cardíaco, com um perfil de células menos ativado (CD4+CD44+), comparado ao grupo infectado não-tratado. Na avaliação histológica do tecido cardíaco, o grupo infectado tratado apresentou uma infiltração inflamatória mais difusa e com menos focos, em contraste com o grupo infectado não tratado, que mostrou uma infiltração inflamatória mais exuberante com muitos focos. Conclusão: A exposição oral a antígenos cardíacos em ambos modelos mostrou efeitos sobre o perfil de células no tecido cardíaco, sendo na miocardite chagásica aguda a indução de maior migração de células T CD8+; e, na cardiopatia hipertensiva, um aumento no percentual de células T CD4+CD25+.