Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Andressa Alencastre Fuzari |
Orientador(a): |
Brazil, Reginaldo Peçanha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28087
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Resumo: |
Os municípios de Niterói e Maricá (RJ), a partir dos anos 70, vem sofrendo um processo de impacto ambiental intenso e a ocorrência esporádica de casos humanos e caninos de leishamaniose tegumentar americana tem sido associada com a ocupação humana próximo às encostas da Serra da Tiririca. O Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) inserido entre estes dois municípios, área de preservação recentemente criada, representa uma das poucas áreas com resíduos de mata atlântica tão próxima da área urbana. As leishmanioses, doenças com diversas manifestações clínicas, causadas por protozoários flagelados do gênero Leishmania, é transmitida pelos flebotomíneos (Psychodidae: Phlebotominae). No Brasil as leishmanioses tegumentar e visceral são, cada vez mais, doenças periurbanas; nesses ambientes, a falta de saneamento e coleta de lixo esporádica ou inexistente favorece e contribui para o aumento dos criadouros dos flebotomíneos, o que aumenta o risco da doença. A pobreza está associada a fatores ecológicos que podem aumentar esse risco, como as condições precárias de moradia, permitindo a entrada dos flebotomíneos e proporcionando locais de repouso durante o dia. Dentro do Projeto Brasil sem Miséria, proposto pelo governo federal, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o papel epidemiológico das leishmanioses, em algumas das comunidades inseridas na área do PESET em Niterói e Maricá, através da pesquisa da fonte alimentar, infecção natural e avaliação dos animais sinantrópicos. Foram realizadas coletas periódicas, no período de junho de 2013 a abril de 2016, em ambiente silvestre e peridomiciliar. Os insetos foram capturados com a utilização de armadilhas luminosas CDC (modelo HP) em 4 áreas diferentes, além das armadilhas utilizadas durante as duas expedições para captura de pequenos mamíferos (estação seca e chuvosa) Para a coleta destes últimos animais, foram utilizadas armadillhas tipo live-trap, dos modelos Tomahawk® e Sherman®, distribuídas em 6 transectos em cada expedição, com 15 estações de captura em cada. Em todo o trabalho foram coletados 4402 flebotomíneos, sendo 2468 machos (56,1%) e 1934 fêmeas (43,9%), de 11 espécies pertencentes a 8 gêneros: Migonemyia migonei (39,85%), Evandromyia tupynambai (21,07%), Micropygomyia schreiberi (16,39%), Brumptomyia cunhai (5,51%), Br. nitzulescui (3,49%), Nyssomyia intermedia (3,24%), Ev. cortelezzii (2,68%), Lutzomyia longipalpis (2,27%), Ev. edwardsi (2%), Ev. spp (1,78%), Br. spp (1,07%), Psathyromyia pelloni (0,41%) e Pintomyia bianchigalatiae (0,22%). Destas, Ev. tupynambai e Mi. schreiberi foram encontradas naturalmente infectadas por Leishmania spp. pelo método molecular de PCR multiplex. No diagnóstico para fonte alimentar, apenas duas espécies de aves foi detectado, Gallus gallus e Cairina moschata (pato do mato). Dentre os pequenos mamíferos, foram capturados 32 exemplares, das seguintes espécies, Trinomys eliasi (31,25%), Didelphis aurita (28,12%), Philander frenatus (18,75%), Metachirus nudicaudatus (6,25%), Trinomys sp. (6,25%) e Oligoryzomys nigripes, Monodelphis gr. americana, Gracilinanus microtarsus com 3,13% cada. Nenhum com registro de infecção por Leishmania sp. Portanto, Ev. tupynambai foi espécie de maior frequência e Mg. migonei a de maior abundância, sugerindo a possibilidade desta ser o principal vetor na localidade; Lu. longipalpis, principal vetor da Leishmania infantum, capturada em maior quantidade agora, sugerindo o início de sua expansão na região; Em Itacoatiara (subsede do PESET), Ev. tupynambai pode ser a espécie mantenedora do ciclo de transmissão da leishmaniose neste ambiente. |