Doenças midiaticamente negligenciadas: cobertura e invisibilidade de temas sobre saúde na mídia impressa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cavaca, Aline Guio
Orientador(a): Vasconcellos-Silva, Paulo Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12840
Resumo: A saúde ocupa espaços cada vez mais amplos nos meios de comunicação. Porém, os critérios envolvidos na noticiabilidade dos temas mais veiculados acatam a lógica jornalística, não raro desarticulada de demandas essenciais de saúde dos indivíduos mais vulneráveis. Assim, esta tese objetivou analisar as Doenças Midiaticamente Negligenciadas (DMN), por meio da descrição e problematização das condições de menor apelo político-midiático, no cenário do estado do Espírito Santo (ES) e de Portugal. Dessa maneira, a pesquisa, primeiramente, retratou o valor-saúde para o ES, através de levantamentos nos Sistemas de Informação em Saúde e nas Políticas estaduais sobre as principais causas de morbidade e mortalidade local. Paralelamente, realizou-se uma análise documental, a partir do levantamento da cobertura midiática sobre saúde entre o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2012, nos dois principais jornais do estado. Logo após, foram identificadas e analisadas as DMN. No cenário de Portugal, por sua vez, realizou-se um estudo de caso no qual se analisou o espaço alcançado no periódico "Público" pelos temas de saúde relevantes ao contexto lusitano, e a identificação dos Temas Midiaticamente Negligenciados. Os resultados evidenciaram as condições mórbidas idealmente prioritárias (valor-saúde) na pauta midiática do ES: doenças isquêmicas do coração, cerebrovasculares, pneumonia, neoplasias, tuberculose, hanseníase, esquistossomose e dengue. Destaca-se doenças relacionadas às condições sociossanitárias precárias, além da mortalidade infantil e materna, sífilis em gestantes, AIDS, diabetes e coqueluche. Dessas patologias, foram classificadas como DMN as doenças relacionadas à pobreza, como a tuberculose, hanseníase e esquistossomose, além de coqueluche, meningite, algumas neoplasias, afecções respiratórias, doenças isquêmicas do coração e cerebrovasculares. O estudo de caso português revelou que os temas de saúde mais recorrentes na mídia lusa se referem às Políticas e à Economia da saúde e medicamentos. Foram identificados como Temas Midiaticamente Negligenciados as doenças transmissíveis, a saúde mental, o suicídio, as enfermidades e consequências sociais da crise econômica, as doenças negligenciadas e as doenças raras. Almeja-se que os distintos problemas de saúde identificados como midiaticamente negligenciados nos dois espaços entrem nas agendas públicas e passem a ser reconhecidos como demandas legítimas.