Mortalidade de mulheres em idade fértil no Brasil: enfoque na evitabilidade das causas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Martin, Joyce Castro
Orientador(a): Silva, Kátia Silveira da, Mendes, Corina Helena Figueira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40378
Resumo: As mulheres são a maioria da população brasileira (51,3%)(1) e são as que mais frequentam os serviços de saúde, seja o Sistema Único de Saúde (SUS) ou o serviço privado (78% dos usuários totais)(2). A crescente autonomia feminina e a maior participação no mercado de trabalho, sem se desvincularem das tarefas domésticas, agregaram hábitos que eram mais presentes na população masculina, como o fumo e o uso de bebida alcoólica (3,4). O objetivo principal desse estudo foi analisar o perfil da mortalidade feminina em idade fértil (entre 10 e 49 anos), com enfoque na análise da evitabilidade no Brasil, no período de 2010 a 2014. Trata-se de um estudo descritivo de base populacional sobre causas básicas e específicas de óbitos de mulheres em idade fértil (MIF), com enfoque na evitabilidade dos óbitos. A fonte dos dados foi o banco do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) disponibilizado pelo Datasus/Ministério da Saúde. Foram selecionadas as informações do SIM referente aos anos de 2010 a 2014, para mulheres residentes do Brasil com faixa etária compreendida entre 10 a 49 anos. O critério de evitabilidade adotado foi o proposto por Malta (2011). Foram calculadas a taxas de mortalidade das mulheres em idade fértil no período de 2010 a 2014. Os percentuais de evitabilidade e a distribuição proporcional das ações foram comparados, segundo faixa etária e cor de pele, por meio do teste de X2. O nível de significância foi de 5%. No quinquênio estudado ocorreram 332 935 óbitos de mulheres em idade fértil, com média anual de 66.587 óbitos nos anos de 2010 a 2014. As mortes evitáveis corresponderam a 69,8% (n=232.300 óbitos) do total de óbitos MIF. A taxa de mortalidade feminina em idade fértil geral foi 1,06 óbitos por 1000 MIF e de mortalidade evitável foi 0,74 óbitos evitáveis por 1000 MIF no período de 2010-2014. Em relação aos grupos de causa da CID-10, as Causas externas (26,7%); as Neoplasias (20,4%); as Doenças do aparelho circulatório (20,0%) e as Doenças Infecciosas e parasitárias (11,3%) representaram 78,4% do total de óbitos evitáveis na faixa etária estudada. O risco de morrer por uma causa evitável aumentou com o avanço da idade. Na faixa mais jovem foi identificada a menor proporção de óbitos evitáveis (56,8%). Em relação à cor de pele, chama atenção que as mulheres de cor de pele preta tiveram uma taxa 53% maior de óbitos evitáveis do que as mulheres brancas. Com relação as causas específicas, entre as mulheres de cor de pele preta, a principal causa de morte foi a AIDS (10,9%), que também foi uma das 5 primeiras causas para as de cor da pele branca e parda. A mortalidade por agressões esteve entre as 5 principais causas de morte de pardas, pretas e indígenas. A análise das causas de morte expõe vulnerabilidades das mulheres na faixa etária reprodutiva.