Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Souza, Mary Anne Nascimento |
Orientador(a): |
Peixoto, Sérgio William Viana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43320
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Resumo: |
presente tese é composta por três estudos, sendo que o primeiro, de corte transversal, objetivou investigar a associação isolada e conjunta dos indicadores de obesidade abdominal (a body shape index - ABSI, circunferência da cintura - CC, razão cintura-estatura- RCE) e índice de massa corporal (IMC) com a hipertensão arterial e o diabetes mellitus em idosos brasileiros. Foram utilizados os dados provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (2013) para a população com 60 anos ou mais (10.537 idosos). A hipertensão arterial e o diabetes mellitus foram auto-relatados, e os seguintes índices antropométricos foram avaliados através da aferição direta: ABSI, CC, RCE e IMC. As associações foram avaliadas por regressão logística, com ajustes para fatores de confusão. Os resultados evidenciaram uma associação mais forte entre o relato de hipertensão arterial e diabetes com IMC, CC e RCE na população idosa brasileira, quando comparado ao ABSI. Quando ajustado para IMC, o ABSI mostrou uma associação mais forte com os desfechos, mas não teve desempenho superior ao da CC ou da RCE. Dessa forma, IMC, CC e RCE permanecem como índices úteis para a saúde pública, pelo menos em relação aos desfechos avaliados nessa análise. Os outros dois estudos que compõem essa tese foram desenvolvidos com os dados da Coorte de Idosos de Bambuí. O primeiro estudo teve como objetivo avaliar a associação entre indicadores antropométricos de obesidade abdominal e geral e a incidência de incapacidade em 858 idosos da coorte de Bambuí. A variável desfecho foi a incidência de incapacidade, avaliada a partir das atividades básicas de vida diária. As variáveis de exposição foram os índices ABSI, CC, RCE e IMC. Os subhazard ratio e respectivos intervalos de 95% de confiança, da associação entre os tercis dos indicadores antropométricos e incapacidade foram obtidos a partir de modelos de regressão de riscos competitivos, e foram ajustados, por fatores de confusão sociodemográficos e comportamentais. Os resultados demonstraram que ABSI não apresentou associação com incapacidade após ajuste por fatores de confusão, enquanto a CC apresentou associação com o desfecho somente quando não foi feito ajuste pelo IMC. Além disso, foi observado um maior risco de incapacidade, independente de IMC, para aqueles idosos pertencentes ao 3º tercil da RCE. Para o IMC, maiores valores foram associados à maior incidência de incapacidade, mesmo após ajuste por ABSI, mas essa associação não se manteve quando a CC foi incluída no modelo. Nossas análises mostraram que ABSI se mostrou útil para avaliar a associação independente da obesidade geral em relação a incapacidade em idosos, ao contrário da CC. A RCE e o IMC foram preditores da incapacidade entre idosos, podendo ser usados em saúde pública para identificar o risco de desenvolvimento desse agravo nesse grupo etário. O segundo estudo prospectivo avaliou a associação isolada e independente de indicadores de obesidade abdominal (ABSI, CC e RCE) e de obesidade geral (IMC) com mortalidade. Foram utilizados dados de 1.366 idosos que possuíam informações completas para todas as variáveis de interesse. A variável desfecho foi o tempo até o óbito atribuído a qualquer causa e as variáveis de exposição foram ABSI, CC, RCE e IMC, que foram avaliadas no início do estudo, no 3º, 5º e 11º ano de seguimento. Os hazard ratio e respectivos intervalos de 95% de confiança da associação entre os quartis dos indicadores antropométricos e a mortalidade foram obtidos a partir de modelos de riscos proporcionais de Cox estendido, e foram ajustados, por fatores de confusão socioeconômicos e comportamentais. Os resultados mostraram que idosos do 4º quartil de ABSI apresentaram um maior risco de mortalidade, independente do IMC, entretanto, essa associação não se manteve em análises de sensibilidade. Idosos dos 2º, 3º e 4º quartis de IMC apresentaram um menor risco de mortalidade, e essa associação se manteve após ajuste pela CC ou pelo ABSI. De forma oposta, a CC e a RCE não apresentaram associações consistentes com mortalidade geral após ajustes pelos fatores de confusão considerados. A partir das análises realizadas verificamos que a capacidade preditiva do ABSI ainda é frágil, uma vez que houve a perda de significância estatística nas análises de sensibilidade. Assim, outros estudos são necessários para avaliar a consistência dessa associação, principalmente entre os idosos. Os resultados apresentados por essa tese demonstraram associações independentes entre obesidade abdominal e geral com os desfechos em saúde analisados. Assim, estratégias bemsucedidas que visem manter o peso corporal saudável e que minimizem o acúmulo de gordura abdominal devem ser incentivadas, objetivando reduzir o risco de desenvolvimento de desfechos em saúde desfavoráveis entre os idosos. |