Alterações plaquetárias em pessoas vivendo com HIV/AIDS internados na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Daniel Silva dos
Orientador(a): Nogueira, Paulo Afonso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/54627
Resumo: A trombocitopenia crônica é um distúrbio hematológico comum em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e pode estar associada a uma variedade de anormalidades hemorrágicas, apesar de muitas vezes ser assintomática. Os mecanismos de base da trombocitopenia crônica no HIV incluem destruição acelerada de plaquetas periféricas e produção diminuída na medula óssea. O MPV e o PDW são índices plaquetométricos para avaliação da ativação plaquetária. O estudo avaliou os índices plaquetários e os níveis de ativação plaquetária aos desfechos clínicos de 44 pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHIV) que foram internadas na FMT-HVD. Amostras de sangue foram obtidas no momento da admissão e em um segundo ponto entre 3º e 7º dia de internação. Os índices plaquetométricos foram determinados e o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) foi coletado para avaliação de plaquetas ativadas por citometria de fluxo com anticorpos anti-CD62, anti-CD41 e anti-CD42. Sete pacientes foram a óbito e nenhum das alterações plaquetárias foi associado ao desfecho. Em relação a trombocitopenia, o MPV foi estatisticamente menor entre os não trombocitopênicos, o PDW foi acima do normal em quase todos os pacientes, no entanto os trombocitopênicos tiveram elevação estatisticamente superior indicando maior ativação plaquetária. Apenas os pacientes trombocitopênicos tiveram correlações negativas de MPV e PDW com frequência de plaquetas imunofenotipadas pela citometria. Quando os pacientes foram classificados pela presença de pelo menos um critério de gravidade (necessidade de droga vasoativa, suporte ventilatório, UTI, hiperferritinemia (ferritina>1000), lactato desidrogenase >1000), aqueles com gravidade tiveram número médio de plaquetas reduzida (não necessariamente trombocitopenia) e a média de PDW foi estatisticamente maior que os sem gravidade. A trombocitopenia não foi característica de gravidade. As subpopulações de plaquetas ativadas (CD62+) reduziram ao durante a internação nos pacientes não trombocitopênicos e naqueles sem gravidade. Os achados sugerem que a elevação do MPV nos trombocitopênicos seria resposta compensatória da medula. Por outro lado, a ativação plaquetária parece ter um papel importante no monitoramento clínica durante a internação pois a exacerbação do PDW ocorreu nos pacientes com gravidade e a frequência de plaquetas ativadas caiu naqueles sem gravidade.