Avaliação da distribuição dos genótipos HLA-B, HLA-DR e KIR entre indivíduos com tuberculose coinfectados pelo HIV-1 na busca de marcadores de susceptibilidade à IRIS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sá, Nathalia Beatriz Ramos de
Orientador(a): Morgado, Mariza Gonçalves, Teixeira, Sylvia Lopes Maia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13510
Resumo: Atualmente, a tuberculose (TB) e a síndrome da imunodeficiência humana (HIV) são as duas principais doenças infecciosas que levam à óbito no mundo. A infecção pelo HIV aumenta o risco de adoecimento por TB, sendo essa uma das mais frequentes doenças oportunistas. Em certos pacientes com tuberculose e infectados pelo HIV-1 que recebem tratamento para os dois agravos, uma profunda reação patológica inflamatória pode surgir, causando um efeito contrário ao esperado. Esse quadro patológico paradoxal é denominado IRIS (Síndrome Inflamatória da Reconstituição Imune). Os fatores associados ao risco da IRIS ainda não estão completamente compreendidos. Estudos sobre a patogênese desta síndrome relatam que tanto a combinação da carga antigênica quanto a susceptibilidade genética do hospedeiro podem influenciar o aparecimento da síndrome. No presente estudo, avaliamos a distribuição e o impacto dos genótipos HLA-B, HLA-DRB1 e KIR em indivíduos com tuberculose infectados pelo HIV-1, além do papel desses genes na ocorrência da IRIS. O estudo é retrospectivo, e incluiu 61 pacientes acompanhados no período de 2006 a 2012 no âmbito do projeto \2018\2019Síndrome de reconstituição imune: avaliação da resposta imune em pacientes com tuberculose em uso de HAART\2019\2019, conduzido em colaboração com o Instituto Nacional de Infectologia (INI/FIOCRUZ) Os dados das frequências gênicas dos pacientes foram comparados com dados disponíveis para a população brasileira. Os alelos HLA-B mais frequentes foram: B*15; B*44; B*35 e B*07, enquanto que os alelos HLA-DRB1 mais frequentes no estudo foram: DRB1*07, DRB1*11, DRB1*04 e DRB1*15. Esses resultados corroboram com estudos prévios da população Brasileira e, apesar de terem sido observadas algumas diferenças nas frequências alélicas entre os grupos com IRIS e sem IRIS, estas não atingiram significância estatística. Uma tendência à significância envolvendo o alelo HLA-B*42 foi observada entre os grupos IRIS x não IRIS (p= 0,064). Com relação às frequências dos genes KIR, estas foram semelhantes às descritas para a população Brasileira, porém não houve diferenças estatisticamente significativas relativas à distribuição das frequências dos diferentes genótipos KIR e seus haplótipos quando se comparou o grupo de pacientes com IRIS versus sem IRIS. Portanto, com base nestes achados, não foi possível inferir associações entre estes marcadores genéticos e a ocorrência de IRIS. Contudo, esse trabalho foi pioneiro na descrição da distribuição dos alelos HLA-B, HLA-DRB1 e KIR em indivíduos com tuberculose infectados pelo HIV-1 que, no seu conjunto, visam contribuir para a discussão sobre o impacto de genes do hospedeiro no contexto dos dois agravos estudados e na ocorrência da IRIS.