Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Araujo, Gabriel de Farias |
Orientador(a): |
Correia, Fábio Veríssimo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/61151
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Resumo: |
Cocaína (COC) e benzoilecgonina (BE), seu principal metabólito, vêm sendo detectadas em corpos hídricos. A literatura relacionada a efeitos de concentrações ambientais de COC e BE (µg e ng L-1 ) sobre organismos aquáticos não-alvo é escassa, sobretudo no modelo Danio rerio (zebrafish). Neste estudo, concentrações de COC e BE foram investigadas em cinco rios urbanos na cidade do Rio de Janeiro em campanhas de monitoramento nas estações seca e chuvosa. O espectrômetro de massas Q-Exactive Plus (Thermo Scientific) com ionização electrospray (ESI) foi utilizado na detecção de COC e BE nas amostras de água a partir de extração em fase sólida e análise em sistema Dionex 3000 UHPLC (Thermo Scientific). Embriões de zebrafish foram expostos à COC e BE por 96 h (50-5000 ng L-1 ), utilizando o OECD Fish Embryo Toxicity Test adaptado em placas de 24 poços, verificando-se efeitos morfológicos e teratogênicos. Zebrafish adultos foram expostos por 21 dias à COC (10-1000 ng L-1 ), BE (10-1000 ng L-1 ) e sua combinação (COC+BE 10+1000 ng L-1 e COC+BE 1000+10 ng L-1 ), analisando-se biomarcadores antioxidantes e oxidativos. Cocaína e BE foram quantificadas (> LQ) com 100 % de frequência em todas as campanhas e pontos de coleta, indicando a contaminação potencial desses ambientes e sugerindo a exposição ininterrupta de organismos não-alvo. Maiores níveis médios de COC (383,68 ± 269,57 ng L -1 ) e BE (1022,16 ± 535,04 ng L -1 ) foram observados na estação chuvosa comparados à estação seca (COC 192,27 ± 127,23 ng L -1 ; BE 504,30 ± 382,28 ng L -1 ), contrastando com os maiores resultados de NNH3 e DQO observados nesta estação (estação seca), sugerindo a influência do comportamento de consumo de COC associado à primavera/verão (estação chuvosa). Alterações morfológicas e teratogênicas foram observadas nos embriões expostos, com efeitos acima do observado no controle já a partir da menor concentração de BE (50 ng L-1 ) testada, a qual correspondeu à menos de 10 % da concentração média de BE monitorada. Modulações de biomarcadores de estresse oxidativo (principalmente no cérebro) foram observadas nos peixes adultos expostos, bem como estresse oxidativo associado à peroxidação lipídica e carbonilação de proteínas. Os resultados alertam para a presença de COC e BE em rios do Rio de Janeiro em níveis capazes de causar efeitos deletérios em organismo não-alvo, deflagrando um alarmante problema de saúde pública e meio ambiente. |