Estudos sobre a S-palmitoilação de proteínas em Trypanosoma cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Batista, Cassiano Martin
Orientador(a): Soares, Maurilio José, Eger, Iriane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Carlos Chagas.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/32863
Resumo: S-palmitoilação é uma modificação proteica pós-traducional que consiste na adição de ácido palmítico a resíduos de cisteína através de ligação tioéster, regulando assim a localização subcelular e função das proteínas palmitoiladas, principalmente a inserção em membranas por conferir hidrofobicidade. Objetivo desta tese foi realizar um estudo global da S-palmitoilação em Trypanosoma cruzi. Análise in silico identificou 15 proteínas contendo o motivo DHHC ou DHYC em um domínio rico em císteína, além de regiões transmembrana, indicando que estas proteínas podem ser DHHC palmitoil transferases (PATs) de T. cruzi. Os genes codificantes para estas proteínas (TcPATs 1-15) foram identificados e amplificados por PCR, exceto para TcPAT1 (TcHIP, já caracterizada) e TcPAT6 (negativa no PCR). Formas epimastigotas foram transfectadas para expressar PATs fusionadas à etiqueta FLAG e a localização subcelular foi examinada por microscopia de fluorescência, sendo a maioria localizada na região anterior do parasita, próximo ao cinetoplasto, compatível com complexo de Golgi, bolsa flagelar e/ou vacúolo pulsátil. A mesma estratégia identificou duas palmitoil tioesterases (PPTs) em T. cruzi, ambas com localização dispersa por todo o corpo do parasita. Também foi desenvolvida uma metodologia de isolamento de amastigotas intracelulares por cavitação, os quais foram utilizados em ensaios de endocitose, tratamento com um inibidor de S-palmitoilação (2-BP) e palmitoil proteômica. Incubação de diferentes formas de T. cruzi com 2-BP interferiu em diversos eventos biológicos (morfologia, endocitose, diferenciação e infecção in vitro), indicando que S-palmitoilação é uma modificação bioquímica importante para o parasita. Ensaios por Acyl Biotinyl Exchange (ABE) em epimastigotas permitiram obter dados sobre a palmitoil proteômica de T. cruzi (abordagem PalmPISC), sendo identificadas 3097 proteínas, das quais 466 (15%) de alta confidencia (p<0,01). Destas, 35% (152) tinham função desconhecida e 13% (59) eram de metabolismo. Estes dados podem auxiliar na compreensão da função da S-palmitoilação em T. cruzi, uma vez que diversas proteínas de interesse podem estar palmitoiladas e envolvidas em importantes vias metabólicas, tais como endocitose, sinalização celular e movimento flagelar.