Desenvolvimento da formulação contendo o fármaco 17-dmag impregnado em membrana de celulose bacteriana para compor esquema terapêutico contra leishmaniose cutânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Amorim, Marina Faillace de
Orientador(a): Veras, Patricia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52990
Resumo: A leishmaniose é uma doença negligenciada, endêmica em mais de 90 países e, no Brasil, está presente em todas as regiões, sendo considerada um problema de saúde pública. As manifestações clínicas variam entre formas cutâneas, e a visceral que pode ser fatal. A transmissão ocorre por meio da picada de flebotomíneos fêmeas que, durante o repasto sanguíneo, inoculam promastigotas de Leishmania presentes em sua saliva. As promastigotas, então, infectam as células hospedeiras e se diferenciam na forma amastigota. Os tratamentos atuais mais utilizados são os antimoniais pentavalentes, porém, limitações levam o abandono do tratamento e, consequentemente, falha terapêutica. Esses dados mostram a necessidade do desenvolvimento de novos compostos leishmanicidas. Neste cenário, a Hsp90 é uma chaperona envolvida no processo de estabilização e ativação de diversas proteínas cliente importantes para a manutenção da homeostase celular. Em estudos anteriores, demonstramos que inibidores da Hsp90 são eficazes no controle de infecções causadas por Leishmania spp. em modelos in vitro e in vivo. No entanto, o uso prolongado in vivo, causou toxicidade. Desta forma, decidimos desenvolver uma formulação tópica, que, por ser menos invasiva, pode diminuir os efeitos tóxicos, além de ser de fácil aplicação e apresentar redução de custos. Assim, desenvolvemos formulações contendo 17-DMAG impregnado em membranas de celulose bacteriana (MCB), um biopolímero com propriedades curativas. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial quimioterápico do 17-DMAG impregnado em MCB no tratamento da leishmaniose cutânea (LC) em modelos in vivo e in vitro de infecção por L. braziliensis. A impregnação das MCB seguiu as seguintes etapas: primeiramente as membranas foram cortadas com diâmetro de 3,5 cm, impregnadas com diferentes concentrações de 17-DMAG diluído em solução de trealose 5% e secas em liofilizador. Para utilização nos ensaios, as MCB foram cortadas com punch de biópsia de 3 mm para in vitro e de 8 mm para in vivo. Avaliamos a toxicidade das MCB sobre BMMΦ (CC50) e sua eficácia in vitro contra promastigotas axênicas de L. braziliensis (IC50). Após 72 horas de tratamento, foi obtido um valor de CC50 de 30,76 ± 1,29 nM, e IC50 de 159,9 ± 49,6 nM. Devido ao valor do IC50 ser menor do que o do CC50, não conseguimos calcular o índice de seletividade. Nos ensaios in vivo as concentrações de 311 e 155 μg/cm2 apresentaram toxicidade local com duas semanas de tratamento, mas não apresentaram toxicidade sistêmica. Concentrações menores, entre 1.000 e 125 ng/cm2 não apresentaram toxicidade local, sendo viáveis para ensaios de toxicidade in vivo. Estes dados, somados aos resultados anteriores com o fármaco livre, demonstram que, após ajustes de doses, 17-DMAG terá potencial para compor esquema terapêutico contra LC.