Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Sena, Tais Soares |
Orientador(a): |
dosSantos, Washington Luis Conrado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/31888
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Resumo: |
A leishmaniose visceral (LV) é grave problema de saúde pública no Brasil, onde permanece com elevadas taxas de letalidade a despeito das tentativas de controle. OBJETIVO: Identificar aspectos clínicos e laboratoriais admissionais associados ao óbito na LV. MATERIAIS E MÉTODOS: trata-se de estudo de corte transversal retrospectivo incluindo os pacientes admitidos no Hospital Couto Maia (Salvador/Ba) com diagnóstico de LV entre janeiro de 2010 e dezembro de 2014. Variáveis epidemiológicas, clínicas e laboratoriais admissionais foram coletadas em instrumento padronizado e analisadas no software Stata® versão 13.0 na comparação entre os grupos de desfecho clínico (DC) de alta hospitalar (n=106) ou óbito (n=12). RESULTADOS: Predominaram pacientes do sexo masculino (62,7%), da faixa etária pediátrica (53,4%), de procedência da área urbana de municípios do interior da Bahia com baixo Índice de Desenvolvimento Humano e de apresentação clínica clássica com hepatoesplenomegalia febril e citopenias. A letalidade média foi de 10,2%, superior a partir dos 40 anos de idade. As principais causas de óbito declaradas foram insuficiências renal e hepática/hepatite, sepse/choque séptico, choque não especificado e coagulação intravascular disseminada. Comorbidades ocorreram em 19,5% dos pacientes e foram associadas ao DC óbito (p=0,043), assim como a presença de dor abdominal (p=0,022), sangramentos mucosos (p=0,034), edema (p=0,029), icterícia (p=0,000), redução do sensório (p=0,001), crepitação pulmonar (p=0,014), bulhas arrítmicas (p=0,027), coinfecção bacteriana (p=0,019) e alterações eletrocardiográficas (p=0,001). Apresentaram associação óbito níveis de plaquetas < 81.000/mm³ (p=0,004), albumina ≤ 2,2g/dL (p=0,032), ureia > 37 mg/dL (p=0,009), bilirrubinas totais > 0,9 mg/dL (p=0,001), bilirrubina direta > 0,4mg/dL (p=0,002), atividade de protrombina ≤ 45% (p=0,008) e creatinina elevada para a idade (p=0,003). Os escores obtidos nos modelos prognósticos clínico (EC) e clinicolaboratorial (ECL) adotados pelo Ministério da Saúde do Brasil apresentaram concordância com o DC; EC ≥ 4 e ECL ≥ 6 foram significativamente associados ao óbito nesta amostra, com maior força de associação para o último (p=0,000). CONCLUSÕES: O perfil clínico da amostra foi concordante com a literatura, porém algumas variáveis classicamente associadas ao óbito na LV não se mostraram significantes, ou se fizeram em diferentes pontos de corte, o que pode ter se devido a variações populacionais ou ao delineamento do estudo, requerendo pesquisas mais robustas para a sua verificação. Os resultados para as pontuações nos EC e ECL nesta amostra refletem a importância de sua realização enquanto ferramenta de estratificação de risco dos pacientes diagnosticados com LV. Espera-se que este estudo possa contribuir no diagnóstico situacional da doença na população local e na identificação de questões-chave a serem aprofundadas através de diferentes metodologias. |