Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Fernanda de Souza Nogueira Sardinha |
Orientador(a): |
Sousa, Andréa Silvestre de,
Brasil, Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37800
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Resumo: |
Introdução: O papel do exercício na prevenção secundária de eventos cardiovasculares é reconhecido e aceito por inúmeras organizações de saúde, sendo importante terapia não medicamentosa para diversos grupos de cardiopatias. Apesar dos reconhecidos benefícios do exercício, poucos estudos avaliaram os efeitos desse tipo de intervenção em pacientes com cardiopatia de chagásica crônica (CCC). Objetivo: Avaliar o efeito do treinamento físico sobre a capacidade funcional, função cardíaca, força da musculatura respiratória, composição corporal e biomarcadores clínicos na cardiopatia chagásica crônica. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado de superioridade incluindo pacientes comCCC com disfunção sistólica ventricular isolada ou com insuficiência cardíaca, respectivamente estágios B2 e C de acordo com o Consenso Brasileiro de Doença de Chagas. O grupo de intervenção realizou a reabilitação cardíaca com treinamento físico três vezes por semana durante seis meses e foi comparado com o grupo controle sem exercício. Ambos os grupos receberam as mesmas orientações nutricionais e informações sobre o uso de medicamentos mensalmente, sendo mantidos em tratamento médico de acordo com o Consenso Brasileiro de doença de Chagas. O desfecho primário foi a modificação do consumo de oxigênio de pico durante o teste de exercício cardiopulmonar. Os desfechos secundários foram modificações em outras variáveis do teste de exercício cardiopulmonar, função cardíaca através do ecocardiograma, força muscular respiratória, composição corporal e biomarcadores clínicos, todos avaliados no início do estudo, com três e seis meses após a randomização. Trinta pacientes foramaleatoriamente designados para exercício ou controle, na proporção de 1:1 Resultados: Trinta pacientes (20 homens e 10 mulheres) foram incluídos no estudo sem nenhuma perda de seguimento durante seis meses de acompanhamento. A maioria das características clínicas foram similares entre os grupos na linha de base. O grupo submetido ao treinamento físico com exercícios demonstrou incremento no VO2 pico (\03B2=+4,56; p=0,004); MET (\03B2=+1,3; p=0,003), pulso de O2 (\03B2=+2,67; p=0,032), ventilação-minuto máxima (\03B2 =+13,89; p<0,0001), VO2 do limiar anaeróbio (\03B2=+3,73; p=0,049), nos níveis de HDL-colesterol (\03B2=+8,56; p=0,007) e LDLcolesterol (\03B2=+43,25; p=0,044) além de diminuição do déficit aeróbio funcional (\03B2=-14,99; p=0,006) após seis meses de intervenção. Houve aumento com três e seis meses de intervenção da velocidade do esforço máximo (3m: \03B2=+0,53; p=0,035 e 6m: \03B2=+0,70; p=0,005) e inclinação do esforço máximo (3m: \03B2=+2,05; p=0,007 e 6m: \03B2=+2,83; p<0,0001). Além disso, após três meses o mesmo grupo apresentou diminuição da pressão arterial sistólica máxima no TECP (\03B2=-13,36; p=0,035), diminuição da relação E/e' (\03B2=- 3,01; p=0,033), da pressão do átrio esquerdo (\03B2=-3,64; p=0,039). Conclusão: Demonstrouse o benefício do treinamento físico associado ao programa de reabilitação cardíaca em pacientes com CCC através do incremento objetivo da capacidade funcional de indivíduos com disfunção sistólica ou insuficiência cardíaca, reforçando a ideia de que centros de cuidado integral envolvendo exercício podem ser adotados como uma importante terapia adicional no tratamento de pacientes com CCC. |