Cartas para que te quero: Francisco Freire Allemão e a comunidade científica dos oitocentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Marcelly Pedra Rezende da
Orientador(a): Kury, Lorelai Brilhante
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Casa de Oswaldo Cruz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18697
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo estudar o contexto de emergência e consolidação de uma comunidade científica no Brasil do século XIX. E busca iluminar o papel das esferas de sociabilidade na constituição desta comunidade, bem como na construção da identidade de cientista brasileiro, a partir de um enfoque privilegiado sobre a atuação do botânico Francisco Freire Allemão.Francisco Freire Allemão foi tomado como exemplo do modus operandi desta emergente comunidade científica que buscava ter seu espaço de atuação profissional reconhecido dentro do cenário de uma nação nos trópicos. Através da investigação da prática cientifica de Freire Allemão procurou-se pensar o estabelecimento de redes e espaços de sociabilidade como elementos fundamentais na formação de identidades e automodelação dos cientistas brasileiros do século XIX, que se reconhecendo entre si como homens de ciência , procuravam se destacar dentro da chamada República das letras .Neste sentido, foi dada prioridade aos documentos/fontes de uma escrita de si, de forma a perceber como ocorre a auto-refenciação na composição da identidade de cientista de Freire Allemão. Através da correspondência pessoal deste botânico, analisada à luz de sua trajetória biográfica, procurou-se situá-lo como parte de uma geração de cientistas em busca de reconhecimento e legitimação no mundo científico do século XIX.Os rastros e vestígios deixados na correspondência de Freire Allemão permitiram visualizar como essa trajetória de busca por legitimação e reconhecimento profissional participou na construção da identidade do botânico, como cientista e como brasileiro. Procurou-se demonstrar como ao mesmo tempo que ele tentava mobilizar as redes e espaços de sociabilidade ao seu favor, estas redes atuavam como modeladoras da identidade de cientista de Freire Allemão, ao lado das outras formas de escrita de si.