Câncer de tireoide: estudo do efeito idade-período-coorte na incidência, análise do perfil da atenção oncológica no Sistema Único de Saúde e sobrevida de uma coorte hospitalar do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Borges, Anne Karin da Mota
Orientador(a): Koifman, Sergio, Koifman, Rosalina Jorge
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24102
Resumo: O objetivo desta tese foi aprofundar o conhecimento sobre o câncer de tireoide (CT), analisando seu comportamento em coorte populacional e hospitalar. Foram elaborados três artigos científicos. O primeiro foi um estudo do efeito idade-período-coorte (APC) sobre a incidência do CT em Goiânia, Cali, Costa Rica e Quito. A tendência da incidência foi analisada pela variação percentual anual estimada e os modelos APC foram estimados por regressão de Poisson. O segundo artigo foi um estudo descritivo do perfil clínico-epidemiológico da coorte hospitalar de pacientes da rede pública diagnosticados com carcinoma de tireoide no Brasil. Para tal, foi utilizado a base de dados nacional dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC). O terceiro artigo foi uma análise de sobrevida da coorte de pacientes com carcinoma diferenciado da tireoide (CDT) atendidos no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. A sobrevida foi estimada pelo método de Kaplan-Meier. Os efeitos dos fatores prognósticos foram analisados seguindo-se o modelo semi-paramétrico de riscos proporcionais de Cox. O primeiro artigo mostrou uma tendência de aumento da incidência do câncer de tireóide, especialmente para as mulheres em Goiânia (9,2%), Costa Rica (5,7%), Quito (4,0%) e Cali (3,4%), e para os homens em Goiânia (10,0%) e na Costa Rica (3,4%). Os modelos APC mostraram um efeito de período para todas as regiões e ambos os sexos. O segundo artigo mostrou um aumento da proporção de casos diagnosticados nos estádios I, III e IV no estado de São Paulo. Cerca de 63,0% dos casos que chegaram às instituições com diagnóstico levaram mais do que 60 dias para iniciar o tratamento, sendo esse percentual maior na região Norte (84,0%). O terceiro artigo mostrou que a sobrevida específica em 5 anos da coorte de CDT foi de 95,8%. O diagnóstico na faixa etária ≥ 45 anos, a metástase à distância e a linfadenectomia influenciaram negativamente o prognóstico, com HR de 9,9, 18,9 e 6,4, respectivamente. A radioiodoterapia foi um fator de proteção, com magnitude de risco de óbito 84% menor. Os achados desta tese contribuíram para o entendimento de alguns aspectos epidemiológicos relacionados ao CT. O crescimento da incidência parece sofrer influência do aumento da intensidade diagnóstica. É provável que o aumento do diagnóstico do CT não ocorre apenas para tumores em estádio inicial. É possível que questões relacionadas a organização da rede de atenção oncológica contribuíram para o atraso do tratamento. A identificação dos fatores prognósticos associados ao óbito por CT podem contribuir para a avaliação da estratégia terapêutica mais apropriada.