Sobrepeso / obesidade e intercorrências obstétricas e neonatais no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Faria, Fernanda
Orientador(a): Portela, Margareth Crisóstomo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20943
Resumo: Nos dias atuais, a obesidade é considerada uma epidemia que atinge cerca de 13 por cento da população feminina brasileira, inclusive, mulheres em idade reprodutiva. Trata-se de uma enfermidade crônica não transmissível e que representa o fator de risco modificável mais importante para a ocorrência de doenças como, o diabetes e a hipertensão. No período gestacional, a obesidade pode acarretar resultados gestacionais desfavoráveis, tanto à saúde da mãe quanto do bebê. Essa tese de Doutorado objetivou investigar as associações entre sobrepeso / obesidade e a ocorrência de intercorrências clínicas maternas e neonatais e de parto cesáreo, através de um estudo de corte transversal.Foram entrevistadas 240 mulheres no puerpério e analisados todos os prontuários das mães e dos bebês, aplicando-se a técnica de regressão logística para as análises estatísticas. Os resultados mostraram elevados percentuais de mulheres com excesso de peso no início e no final da gestação e que apresentaram alguma intercorrência clínica durante a mesma. Também constatou-se que ser obesa no início e no final do pré-natal predispôs à ocorrência de intercorrências clínicas, tanto obstétricas quanto neonatais ede parto cesáreo. As mulheres com renda formal apresentaram menor probabilidade para a ocorrência de intercorrências maternas, todavia, ter histórico de obesidade na família aumentou as chances de ocorrência de intercorrências maternas e de parto cesáreo. A maior parte das mulheres com relato de doença prévia à gestação foi submetida a parto cesáreo. Houve um baixo percentual de mulheres que realizou, ao menos, uma consulta com Nutricionista no pré-natal e a maior parte das orientações nutricionais dispensadas às mulheres foram superficiais. As mulheres que iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre da gestação tiveram menores chances de apresentarem intercorrências maternas e neonatais, assim como, aquelas com número de consultas de pré-natal igual ou maior que seis, tiveram menores chances de darem à luz via parto cesáreo e de sofrerem intercorrências neonatais. O tempo entre a admissão da gestante na maternidade e o nascimento do bebê igual ou maior que 24 horas associou-se a uma maior ocorrência de intercorrências neonatais. Concluiu-se que a obesidade materna configura-se como um problema de Saúde Pública relevante, que precisa de mais investigação científica, além de maior atenção governamental, especialmente para a sua prevenção, detecção e tratamento, entre gestantes.