Avaliação de novos serviços de saúde mental: o caso dos Centros de Atenção Psicossocial do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Correa, Suzane Gattass de Paula
Orientador(a): Costa, Nilson do Rosário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24702
Resumo: Esta dissertação realiza uma avaliação dos Centros de Atenção Psicossocial, tipologia II para adultos (CAPS II) do Estado do Rio de Janeiro. Para este fim, utilizou um formulário que contempla a coleta de informação sobre cobertura, a disponibilidade de recursos humanos, a estrutura física, a capacidade instalada, os recursos materiais e os processos de trabalho das equipes. A revisão das pesquisas de cunho qualitativo e participativo foi essencial para a eleição dos indicadores e categorias que compuseram o instrumento de avaliação. A opção pela estratégia do formulário foi alcançar um número maior de unidades e obter uma visão de conjunto dos CAPS II do Rio de Janeiro a partir da informação dos diretores das unidades. Uma das principais evidências do estudo é a grande disparidade no padrão de implantação dos CAPS II na cidade do Rio de Janeiro e nos demais Municípios. A adequação da cobertura e a capacidade de acolher a demanda potencial aos novos serviços são bastante desiguais nos dois grupos de Municípios. O efeito da escala populacional dos Municípios afeta a capacidade de oferta dos novos serviços de saúde mental. A pesquisa mostra grande disparidade na disponibilidade de recursos humanos e na inclusão de novos usuários aos serviços, resultando em expressivo número destes em pronto-atendimento, em unidades especialmente da Capital. A supervisão clínico-institucional é um dispositivo presente nos CAPS da Capital, mas pouco implantado nos CAPS dos demais Municípios. As equipes trabalham de modo interdisciplinar, discutindo casos clínicos com frequência e realizando pelo menos um seminário de planejamento interno por ano. Foram identificadas barreiras de acesso aos medicamentos de segunda geração. A pesquisa identifica um padrão organizacional em relação aos pacientes de longa permanência (LP): 90% dos CAPS II informaram possuir estratégias para a inserção desses usuários. Chama a atenção o significativo trabalho de desinstitucionalização realizado pelos serviços. Existem unidades que acompanham um número expressivo de pacientes enquanto outras ainda desenvolvem um trabalho residual com essa clientela. A proporção média de usuários de LP em relação aos matriculados é de 4%. A inserção dos serviços na comunidade é uma das limitações dos novos serviços. É informada a baixa participação dos usuários e familiares nos projetos institucionais. Uma proporção expressiva de CAPS II utiliza os leitos dos hospitais psiquiátricos conveniados para as internações e é extremamente baixo (3%) o apoio dos leitos dos CAPS III, indicando a falta destes novos serviços no Estado do Rio de Janeiro.