Avaliação do estresse oxidativo de exposições unitárias e combinadas de carbamazepina, acetamiprida e cádmio em peixes Danio rerio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Araujo, Gabriel de Farias
Orientador(a): Saggioro, Enrico Mendes, Correia, Fábio Veríssimo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34960
Resumo: Ambientes naturais aquáticos vêm recebendo aportes de contaminantes emergentes, que podem interagir com classes de contaminantes já regulamentados, promovendo efeitos adversos aos organismos e influenciando aspectos de saúde pública. Este estudo avaliou os efeitos oxidativos do fármaco carbamazepina (CBZ) e do pesticida neonicotinóide acetamiprida (ACT), reconhecidamente contaminantes emergentes, em sistemas unitários e em misturas com o contaminante regulamentado cádmio, por meio dos biomarcadores catalase (CAT), glutationa S-transferase (GST), glutationa reduzida (GSH), metalotioneína (MT) e malondialdeído (MDA). Para tanto, peixes zebrafish (Danio rerio) foram expostos por 96 horas à concentração ambiental de 25 µg L-1 dos contaminantes em sistema estático para análise dos órgãos cérebro e fígado. Os resultados das exposições unitárias dos contaminantes indicaram um aumento significativo de todos os biomarcadores comparados com controle, exceto para CAT no órgão cérebro, por sua conhecida baixa atividade neste órgão. Esses aumentos, sobretudo no biomarcador MDA, foram atribuídos ao aumento de espécies reativas de oxigênio (EROs) geradas a partir das exposições aos contaminantes. Destaca-se que o contaminante CBZ apresentou os maiores níveis em todos os biomarcadores, demonstrando maior possibilidade de efeitos oxidativos dentre os três contaminantes. Já o contaminante ACT, apresentou as menores respostas de biomarcadores no órgão fígado, sobretudo na atividade da enzima CAT. Além disso, ressalta-se que o contaminante Cd apresentou os menores valores de resposta dos biomarcadores estudados para o órgão cérebro. Em relação às exposições mistas, foram observados níveis de resposta dos biomarcadores acima dos observados nos controles para os órgãos cérebro (GSH e MT) e fígado (CAT, GSH), demonstrando a resposta antioxidante do organismo ante ao aumento das EROs, bem como a ocorrência de peroxidação lipídica nestas exposições para o fígado. No entanto, as exposições mistas apresentaram níveis de biomarcadores menores que a soma de seus respectivos resultados de exposição unitária, sugerindo uma interação antagônica entre os contaminantes para CAT, GST, MT e MDA. Conclui-se que os contaminantes de estudo são capazes de gerar efeitos oxidativos ao organismo modelo mesmo na ordem de µg L-1 , alertando para a possibilidade de quebra da homeostase entre resposta antioxidante e geração de EROs pelas exposições, sugerindo que efeitos semelhantes seriam observados em organismos não alvo no ambiente natural, sobretudo pelo aporte constante de cargas desses contaminantes.