Proposiçäo de um dispositivo de formaçäo para o psiquiatra clínico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Brasil, Isidoro Eduardo Americano do
Orientador(a): Valadares, Jorge de Campos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4389
Resumo: Construo na tese um arcabouço analítico do surgimento e da constituição da Psiquiatria, primeira especialidade médica nos tempos atuais (pós-ciência), e da formação do Psiquiatra. A reconstituição tem como finalidade encontrar a justificativa conceitual para a formação do Psiquiatra e propor um processamento para ela. Após a reconstituição histórico-epistêmica da origem da Psiquiatria, a análise dirigiu-se aos primórdios do processo de formação do Psiquiatra e constatou uma relação de mutualidade entre a origem da Psiquiatria e a da formação do Psiquiatra. A Psiquiatria Clínica é definida como ofício, ao estilo das artes liberais. Seu estilo de formar e reconhecer seu praticante são similares a estas em nosso trabalho e cria com isto uma especialidade dentro da Psiquiatria. Essa formação específica destina-se aos Psiquiatras que desejam trabalhar nesse campo, via linguagem, pela palavra e sob transferência. O fim último da proposição é processar um dispositivo para o questionamento subjetivo do Psiquiatra quanto prepara-lo para acolher a demanda da subjetividade que sofre. É feita ainda uma análise crítica da forma atual da prática Psiquiátrica e da sustentação epistêmica de seus pilares. Identifico esta prática a um subproduto do pensamento ampliado das formas de relação de poder na cultura. A doutrina psicanalítica é o meu principal instrumento de pesquisa onde encontro a interseção necessária com a Psiquiatria e localizo o meio de preparação para a prática psicoterapêutica do aqui chamado Psiquiatra Clínico. Na Introdução discuto a aproximação ‘arte e técnica’ como espaço e localização dos lugares. Destaco antes de tudo o conceito transmissão. O Capítulo 1 é destinado à questão interseção Psiquiatria e Psicanálise. As duas disciplinas são definidas por seus treinamentos e práticas, assim como, os elementos que as VII diferenciam e aproximam. Dou ênfase aqui a uma crítica ao DSM (Diagnostic and Statistic Manual) criado pela Associação Psiquiátrica Americana e ao CID (Código Internacional de Doenças). Distingo no Capítulo 2 a partir dos conceitos de ‘ato’ e ‘repetição’ duas modalidades de formação continuando a diferenciação de arte e técnica – seja no sentido originário, seja no sentido atual. Profissão e ofício são apresentados como dois elementos que viabilizam a distinção entre minha proposição e a atualmente em vigor, no Capítulo 3. Desenvolvo a questão ‘sujeito’ a partir de conceitos doutrinais psicanalíticos e faço uma mostração de minha sustentação através da posição do teatro e da lógica. Os procedimentos e o processamento do conceito transmissão são elaborados no Capítulo 4 a fim de viabilizarem concretamente minha elaboração da intervenção. Para finalizar a tese defino o dispositivo através do qual a transmissão pode ser praticada e testada praticamente, no Capítulo 5. Meu trabalho oferece, para o julgamento da comunidade científica universitária, em específico à da Saúde Pública, a sistematização do processo de transmissão para o Psiquiatra Clínico Atual em oposição ao ritual de hoje. À Saúde pública por entendermos que esta, mais que o meio médico, está preocupada na orientação e preparação de um trabalhador envolvido com a subjetividade e com a questão do laço social.