Avaliação da escola como base operacional e das crianças de 6-15 anos como grupo-alvo para ações de diagnóstico e tratamento da esquistossomose na área endêmica de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pereira, Ana Paula Braz
Orientador(a): Favre, Tereza Cristina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4092
Resumo: O objetivo da dissertação foi avaliar uma estratégia de diagnóstico e tratamento para a esquistossomose e geohelmintoses, empregando a escola como base operacional para atender a meta mínima das Resoluções 54.19 da Assembléia Mundial da Saúde (AMS) e CD49.R19, da OPAS de dar cobertura a 75% das crianças em idade escolar e, incrementar as ações do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE-SUS) na área endêmica de Pernambuco. O município escolhido foi Araçoiaba, no qual a população escolar (6-15 anos) foi aleatoriamente alocada em um esquema operacional empregando como base a escola ou a comunidade para comparar a cobertura de diagnóstico e tratamento. Antes de iniciar essa pesquisa duas questões importantes foram respondidas: (a) a prevalência nas crianças em idade escolar é um indicador adequado para estimar a infecção no nível da comunidade naquela área? Para tal, os dados populacionais de positividade para esquistossomose de 19 localidades daquela área foram analisados nos seguintes grupos etários: 0-5, 6-15, 16-25, 26-40, 41-80 anos; (b) as atuais diretrizes do Ministério da Saúde realizadas pelo PCE-SUS em um município endêmico para esquistossomose permitiriam a ele atender aquela meta mínima? A primeira análise mostrou que a prevalência na faixa de 6-15 anos pode ser usada em inquéritos de linha de base (antes do tratamento) como referência para estimar a situação da comunidade. A análise das ações de diagnóstico e tratamento realizadas pelo PCE-SUS em Chã de Alegria revelou que dos 15.288 residentes no município, apenas 1.766 (11,5%) e 2.977 (19,5%) foram examinados nos dois inquéritos realizados em 2003-2004 e 2004-2006, respectivamente, sendo que no primeiro deles, apenas 570 (32,3%) crianças de 7-14 anos foram cobertas. Essa análise sugere que o município de Chã de Alegria dificilmente conseguiria atingir a meta mínima estabelecida na AMS, o que pode refletir a situação em outros municípios que possuem características epidemiológicas e dificuldades de infraestrutura semelhantes. Uma vez respondidas as duas questões preliminares, colocamos em prática a pesquisa operacional em Araçoiaba. Os resultados mostraram que a intervenção na comunidade alcançou cobertura de distribuição de potes (98,9%) e diagnóstico (84,9%) significativamente maior do que a na escola (96,4% e 74,8%, respectivamente). No entanto, a intervenção na escola apresentou taxas diárias de distribuição (62,4) e coleta de potes (46,7) significativamente maiores do que na comunidade (27,3 e 23,2 respectivamente). Não houve diferença significativa quanto à adesão ao tratamento entre as duas intervenções (88,7% na comunidade e 90,4%, na escola), porém o tempo médio gasto no tratamento na escola foi significativamente menor do que na comunidade. Os dados permitem propor uma abordagem combinada baseada na escola e na comunidade, de modo que as vantagens observadas em cada intervenção permitam um maior acesso e cobertura das ações de controle nesse grupo etário em curto prazo.