Análise microbiológica de isolados de Fusarium spp. obtidos em um hospital de oncologia do Rio de janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Chaves, Alessandra Leal da Silva
Orientador(a): Wanke, Bodo, Paes, Rodrigo de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25117
Resumo: Fungos do gênero Fusarium spp. são ubíquos e geralmente não são patogênicos. Algumas espécies termotolerantes podem causar infecção localizada em pele traumatizada e unhas de hospedeiros imunocompetentes. Grave infecção disseminada é comum em pacientes imunossuprimidos, principalmente neutropênicos portadores de neoplasias. Fusarium spp. tem sido relatado como patógeno emergente em centros oncológicos, sendo considerado atualmente a terceira causa de micose invasiva no Instituto Nacional do Câncer \2013 Inca, Rio de Janeiro. É fundamental o diagnóstico precoce do fungo, assim como a correta identificação laboratorial da espécie isolada, para se estabelecer o correto tratamento e o sucesso terapêutico. O objetivo deste estudo foi identificar isolados de Fusarium spp., de origem clínica e ambiental, por técnicas fenotípicas e genotípicas, e o perfil de sensibilidade aos antifúngicos em um hospital de oncologia do Rio de Janeiro, no período de janeiro a setembro de 2014. Foram avaliados 42 isolados de Fusarium spp., sendo 35 isolados clínicos provenientes de 19 pacientes com cultura positiva para Fusarium spp., obtidos principalmente de hemoculturas, e sete isolados ambientais provenientes de diferentes locais do hospital, obtidos durante investigação epidemiológica nas enfermarias onde os pacientes estavam internados. Dezessete pacientes apresentaram fusariose, um paciente teve infecção localizada de pele e outro paciente apenas colonização em lavado brônquico alveolar. A maioria é representada por pacientes pediátricos (58,8%), do gênero masculino (58,8%), neutropênicos (52,9%), com doença de base hematológica (70,6%), internados no hospital e submetidos à quimioterapia (88,2%) Todos os pacientes com fusariose utilizaram cateter de longa duração. Através da amplificação e sequenciamento da região Internally Transcribed Spacer (ITS) e do gene Elongator Factor 1\03B1 (EF), foi possível indentificar três espécies diferentes. O isolado mais frequente foi FOSC - complexo de espécies Fusarium oxysporum (32; 76,2%), seguido de FSSC - complexo de espécies Fusarium solani (9; 21,4%) e FIESC - complexo de espécies Fusarium incarnatum equiseti (1; 2,4%). Foi possível identificar 100% de similaridade entre 31 isolados clínicos e uma amostra ambiental obtida na sala de manutenção de cateter do hospital, identificados como FOSC. Houve boa correlação entre os resultados das identificações morfológica e molecular dos isolados. Anfotericina B foi a única droga com atividade in vitro, com CIM 2-8 \03BCg/ml para os isolados clínicos, sugerindo resistência. Posaconazol não demonstrou inibição do crescimento. Enquanto voriconazol demonstrou valores mais elevados de CIM para FOSC, com MG de 10,7 \03BCg/ml, quando comparado a FSSC, com MG de 8 \03BCg/ml. Não houve diferença significativa entre a sensibilidade dos antifúngicos testados e as espécies identificadas. Os resultados encontrados confirmam a resistência intrínseca natural do gênero