Reflexões bioéticas sobre o morrer na vigência do paradigma biotecnocientífico nas UTIS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sales Júnior, João Andrade Leal
Orientador(a): Schramm, Fermin Roland
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24823
Resumo: A tese discute as questões bioéticas relacionadas ao processo de morrer nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Nas últimas décadas acompanhamos a tecnicização da medicina, a incorporação de novas tecnologias e, de fato, estamos com um aumento da longevidade (esta, em parte, pelo melhor controle das doenças crônicas e melhoria das condições sanitárias). O desejo de viver mais pressupôe que o seja com qualidade, com dignidade. Ademais, o suporte artificial de vidas nas UTIs alterou o tempo de morrer. Assim, a morte dita natural deixa de existir e passamos a prolongar a vida biológica sem a reflexão, em muitos casos, das questões indissociáveis do que entendemos por existir e participar do mundo. A humanidade sofre um grande incômodo com a finitude. Este ponto ganha dimensões maiores nos profissionais de saúde feridos em seu narcisimo na visão da morte como um fracasso. Nessa onipotência nos orgulhamos de manter vivos pacientes irrecuperáveis em outros tempos. O prolongamento obstinado da vida biológica, de órgãos suportados artificialmente, gerando sofrimento, tensão social, existencial, precisa ser melhor refletido. Embora a medicina intensiva tenha proporcionado o salvamento de muitas vidas, também permanece gerando intensos e desnecessários sofrimentos. Muitas questões bioéticas precisam de maior discussão.