Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Divino, Flávia Carolina de Paula |
Orientador(a): |
Bentancor, Gonzalo José Bello |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19368
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Resumo: |
No Brasil, estima-se que aproximadamente 830.000 pessoas estejam infectadas com o vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1), agente causador da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). O HIV-1 exibe um extraordinário grau de variabilidade genética que se organiza em grupos (M, N, O e P) e subtipos (A-D,F-H, J e K). O subtipo B foi o primeiro a ser identificado pela comunidade científica internacional, representa aproximadamente 11% de todas as infecções causadas pelo HIV no mundo, com elevada prevalência nas Américas, na Europa, na Austrália assim como também em alguns países Asiáticos. O subtipo B possui uma variante globalmente distribuída (BPANDEMICO) e outras variantes principalmente restritas à região do Caribe (BCAR). Um estudo anterior conduzido pelo nosso grupo demonstrou uma alta prevalência (95%) da variante BPANDEMICO no Brasil, no entanto, o mesmo foi baseado em sequências subtipo B oriundas principalmente das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. O objetivo deste projeto é estimar a frequência das variantes BPANDEMICO e BCAR do HIV-1 subtipo B em indivíduos residentes em distintos estados e regiões do Brasil e caracterizar a dinâmica de disseminação espaço-temporal das variantes BCAR no país. Foram analisadas um total de 2.682 sequências da região pol do HIV-1 subtipo B provenientes de indivíduos de 21 estados brasileiros das cinco regiões do país recrutados entre 1998 e 2013. As análises filogenéticas de Máxima Verossimilhança revelaram a presença de variantes BCAR em 16 dos 21 estados brasileiros analisados. As variantes BCAR compreendem uma fração menor (<10%) de infecções do subtipo B na maioria dos estados brasileiros analisados, com exceção de Roraima (41%), Amazonas (14%) e Maranhão (14%) As análises filogeográficas Bayesianas indicam que as variantes BCAR foram introduzidas em diferentes estados de todas as regiões brasileiras desde a Hispaniola, Guiana Francesa e Guiana. Algumas dessas variantes provavelmente introduzidas através de Roraima, Maranhão e São Paulo entre o final dos anos 1970 e o início da década de 1980 estabeleceram epidemias secundárias na população brasileira e foram posteriormente disseminadas para outros estados. Estes resultados indicam que as epidemias do HIV-1 subtipo B em alguns estados brasileiros das regiões Norte e Nordeste apresentam um padrão molecular único caracterizado pela elevada prevalência de variantes BCAR que foram provavelmente introduzidas no país a mais de 30 anos. Estes resultados também apontam para uma forte ligação epidemiológica entre as epidemias de HIV-1 de Roraima, Amazonas e Maranhão e as epidemias do Caribe e de países do extremo norte da América do Sul como Guiana, Guiana Francesa e Suriname. |