Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Paula da Silva |
Orientador(a): |
Andrade, Carla Lourenço Tavares de,
De Seta, Marismary Horsth |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34292
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Resumo: |
Trinta e cinco anos após o início da epidemia de HIV/AIDS no Brasil verificam-se mudanças positivas no âmbito do cuidado em saúde para as pessoas que, tendo entrado em contato com o vírus, desenvolveram ou não os sintomas dessa síndrome. Dentre as mudanças, o desenvolvimento de medicamentos antirretrovirais de distribuição gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como de protocolos e diretrizes para a prevenção e tratamento. Elas resultaram em alterações no perfil das pessoas que vivem com HIV/AIDS, no aumento de sua sobrevida e melhoria da qualidade de vida, bem como no modo de se encarar a AIDS, que passa a ser descrita não mais como uma sentença de morte, mas sob o prisma da cronicidade. Esse estudo, de abordagem qualitativa e análise de conteúdo, modalidade temática, focaliza jovens que contraíram o HIV em decorrência de transmissão vertical e perinatal (por aleitamento cruzado) e se encontram em acompanhamento ambulatorial no serviço de adultos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Ele teve por objetivo analisar as percepções e experiências desses jovens em transição para a vida adulta sobre sua condição sorológica, seu tratamento e aspectos do seu cotidiano que interferem no cuidado facilitando-o e/ou dificultando-o. As estratégias de pesquisa consistiram em entrevistas semiestruturadas, que foram registradas em áudio e depois transcritas; e um questionário sociodemográfico autoaplicado durante a entrevista (idade, sexo, estado civil, local de residência, escolaridade, atividade remunerada, renda familiar, renda individual, religião, número de filhos e com quem residem). Na análise, as categorias operacionais previamente delineadas foram agrupadas e reorganizadas, compondo as seguintes categorias analíticas: caracterização dos jovens e transição para a vida adulta; percepção sobre a vida levando em consideração o vírus e o tratamento; aspectos que facilitam e/ou dificultam as práticas de cuidado no cotidiano; transição do serviço pediátrico para o serviço de adulto. De agosto a outubro de 2017, entrevistaram-se 10 jovens – apenas um teve transmissão por aleitamento cruzado, sendo seis do sexo masculino e quatro do sexo feminino, dos 58 em acompanhamento na instituição. Os resultados da análise corroboram que viver com HIV/Aids desde sempre, como é o caso desses jovens, demanda que sejam capazes de fazer arranjos no cotidiano de modo a combinar os afazeres da vida diária com o tratamento contínuo de doença crônica, bem como lidar com sua condição sorológica diante do dilema entre o medo do estigma e a decisão de revela-la aos mais próximos em seus convívios. Constatou-se a inexistência, no município do Rio de Janeiro, de uma diretriz para o processo de transição de uma pessoa que vive com HIV/Aids do serviço pediátrico para o de adultos. Verificou-se o empenho das famílias em buscar espontaneamente a nova Unidade de tratamento por um familiar. Um critério para a escolha do novo serviço é a maior distância do local de residência, um dos achados que trouxeram à tona novamente a questão do medo do estigma e preconceito. |