Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Luciana de Lima |
Orientador(a): |
Guarneri, Alessandra Aparecida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34293
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Resumo: |
O Trypanosoma rangeli é um parasito que possui triatomíneos e mamíferos, incluindo o homem, como hospedeiros. Os triatomíneos adquirem a infecção ao se alimentarem em mamíferos infectados. O parasito é transmitido ao mamífero durante a picada no ato da alimentação. Até o momento, não se conhece o ciclo de desenvolvimento do T.rangeli no hospedeiro vertebrado. Primeiramente, foi avaliado se aves também poderiam participar da disseminação do parasito entre insetos. Insetos infectados (doadores) e não infectados (receptores) foram alimentados simultaneamente em pombos não infectados (co-alimentação). Os insetos receptores que co-alimentaram em pombos com insetos doadores na proporção 1:1 apresentaram uma taxa de infecção de 16%, que foi reduzida para 9% quando a proporção foi alterada para 5:1 e a distância receptores/doador aumentada. Quando os receptores se alimentaram no pombo após o término da alimentação do doador, a infecção não foi observada. A susceptibilidade de tripomastigotas metacíclicos de T.rangeli ao sistema complemento de pombos e camundongos também foi analisada. Os resultados mostraram que os tripomastigotas foram resistentes ao sistema complemento de camundongos, mas suscetíveis aos de pombos. A transmissão do protozoário através da co-alimentação de triatomíneos em pombos indica que esse comportamento permite que parasitos cheguem ao intestino de um inseto saudável antes da ação do sistema complemento. Essa é a primeira vez em que se demonstra que aves podem participar do ciclo de transmissão de T. rangeli, ao permitirem a transferência de parasitos entre insetos durante a co-alimentação. O próximo objetivo foi avaliar a fase inicial da infecção por T.rangeli em camundongos. Inicialmente, a capacidade do parasito de estabelecer a infecção no camundongo foi avaliada a partir de parasitos liberados na pele. Observou-se uma taxa de infecção de 50% para camundongos expostos a picadas de triatomíneos infectados e 100% para camundongos expostos a parasitos liberados na pele após punção. A avaliação histológica da pele de camundongos expostos ao parasito mostrou a presença de parasitos extracelulares nas primeiras 24h após a exposição. Entretanto, infiltrados inflamatórios foram encontrados até o 7º dia pós-exposição (d.p.e), sendo eosinófilos e mastócitos as células mais comumente encontradas no sítio da infecção. Utilizando-se a técnica de qPCR foi possível detectar a presença do protozoário na pele de camundongos por até 7d.p.e. A quantificação dos parasitos presentes na pele mostrou não haver diferenças significativas no número de parasitos, quando comparados os diferentes tempos de exposição. O sangue, os linfonodos mesentéricos e o baço foram também avaliados. O DNA do parasito foi detectado nas amostras de sangue em todos os períodos, com um discreto aumento no segundo dia após a infecção. Os linfonodos mesentéricos apresentaram DNA do parasito durante toda a avaliação, além de um aumento significativo no seu peso, em relação ao grupo controle. No baço, o DNA do protozoário foi detectado em amostras referentes aos dias 1, 7 e 15d.p.e. O peso do baço foi significativamente aumentado nos animais infectados. Os resultados do estudo sugerem que os linfonodos possam funcionar como locais de manutenção do T. rangeli. Estudos adicionais serão realizados para a confirmação desses resultado. |