Controle glicêmico e auto percepção do grau de adesão à insulina em pacientes com diabetes tipo 1 no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ribeiro, Carine de Sousa Andrade
Orientador(a): Ribeiro, Guilherme de Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16165
Resumo: Introdução: Apesar dos avanços no manejo do diabetes mellitus tipo 1 (DM1), 60% a 90% dos pacientes apresentam controle glicêmico inadequado e 10% a 30% relatam baixa adesão à insulina. Os objetivos dessa tese foram identificar fatores associados à elevada concentração de hemoglobina glicada (HbA1c) e à uma melhor percepção da adesão à insulina em pacientes com DM1 em dez cidades de grande porte no Brasil. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal, multicêntrico, com pacientes ≥18 anos, com diagnóstico médico de DM1, atendidos em centros de saúde. Dados sócio demográficos, comportamentais, clínicos, de conhecimento sobre o diabetes e satisfação com o tratamento foram obtidos por meio de entrevistas. A HbA1c foi dosada para todos os participantes. Considerou-se controle glicêmico inadequado quando HbA1c >7,0%. A auto percepção da adesão à insulina foi analisada em 3 categorias: regular/ruim, boa e excelente. Modelos multivariados hierarquizados de regressão linear foram utilizados para identificar fatores associados à elevada concentração de HbA1c e modelos multivariados de regressão multinomial foram usados para identificar fatores associados a adesão à insulina. Resultados: Dentre os 979 pacientes estudados, 63% eram do sexo feminino e a média da idade foi de 40 anos (DP:14,56). A média da HbA1c foi 9,4% (DP: 2,2) e 89,6% dos pacientes tinham controle glicêmico inadequado. No último ano não ter participado de aula/palestra sobre diabetes, não realizar consultas médicas em consultório particular e não ter dosado a HbA1c, além da baixa escolaridade e percepção regular/ruim da adesão à dieta e à insulina, foram fatores independentemente associados a elevadas concentrações de HbA1c. A auto percepção da adesão à insulina foi a variável mais fortemente associada ao aumento da HbA1c (β=1,385, IC95%:0,764; 2,007). Adesão à insulina regular/ruim, boa e excelente foi reportada por 5,8%, 15,1% e 79,1% dos pacientes, respectivamente. Idade entre 30 a 49 anos, sexo feminino, baixa escolaridade, adesão boa ou excelente à dieta, satisfação com o tratamento atual, dosagem de HbA1c no último ano, acompanhamento médico com endocrinologista, monitoramento regular da glicemia e mais de 10 anos de doença foram independentemente associados à percepção boa ou excelente da adesão à insulina. Conclusão: Embora somente 5,8% dos pacientes relatassem percepção regular/ruim da adesão à insulina, aproximadamente 90% dos pacientes tinham HbA1c >7,0%. Os achados sugerem que fatores comportamentais, de acesso à informação e à assistência qualificada parecem ser determinantes do controle glicêmico e da adesão à insulina. Assim, programas de controle do diabetes devem abranger ações multifatoriais que incluam educação em saúde e importância da adesão à insulina e do bom controle glicêmico em pacientes com DM1 no Brasil.