Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Neilton Araujo de |
Orientador(a): |
Alves, Luiz Anastacio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43258
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Resumo: |
Este trabalho, realizado entre 2004 e 2007, teve como objetivo estudar o processo de formação médica no Brasil, a partir de seis estados brasileiros, alcançando as cinco grandes regiões do país. Utilizou-se entrevistas, questionários, levantamentos de dados e documentos, e observação participante. Alunos do internato de medicina foram o foco da pesquisa, em 13 cursos médicos de Goiás, Tocantins, Alagoas, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, num total de 1004 estudantes. Atualmente, o ensino médico é objeto de estudos, pesquisas e formulações novas, influenciado por aspectos políticos, didático-pedagógicos, culturais e comunitários relacionados às mudanças nos sistemas e serviços de saúde. O modelo de ensinar tem evoluído ao longo dos tempos, mas aqui nos interessa, sobremaneira, o foco da formação do médico e sua qualificação, no contexto do SUS - Sistema Único de Saúde, e frente às necessidades de saúde da população. Na primeira etapa do trabalho, fizemos uma investigação em bancos de dados do CNPq e MEC quando analisamos uma possível relação entre grupos de pesquisas e desempenho dos 8.854 estudantes de medicina, no último Provão(2003). A partir da pesquisa de campo, vendo diferentes aspectos da formação médica, especialmente "iniciação científica na graduação", verificamos, entre outros resultados, que apenas 7% dos alunos não tem interesse por pesquisas científicas. Analisamos, também, iniciativas de mudanças curriculares e o debate em torno das Diretrizes Curriculares Nacionais de Medicina, no contexto do Promed - Programa de Incentivos às Mudanças Curriculares em Medicina e discutimos aspectos de "avaliação e regulação" do ensino médico, no contexto do SUS Observamos que, dois dos maiores conflitos desse debate, referem-se à abertura de novas escolas médicas e à instituição ou não do exame de ordem para a medicina, onde somente 11% (110 dos 1004 alunos) apoiaram sua implantação, concordando que é um teste importante. Dentre outros achados do nosso estudo, segundo metade dos estudantes pesquisados não se discute mercado de trabalho e somente 16% deles consideram que seu curso discute política de saúde, desde o primeiro ano de graduação. Embora 60% dos 1004 estudantes informem que utilizam como cenários de práticas as Unidades Básicas de Saúde e Hospitais da rede SUS, só 21% dos alunos consideram que seu curso estabelece relações com atividades comunitárias. 52% consideram ótima (16%) e (36%) a informatização/multimídia em seus cursos. Apenas 20% querem trabalhar em medicina geral, como na Saúde da Família e somente 5% querem trabalhar em pequenos municípios, com cerca de um terço cidades grandes e outro terço, metrópoles. 53% dos estudantes escolheram medicina por vocação e 63% pretendem ser especialistas. Ao priorizarmos alguns pontos para discussão, constatando a complexidade dessa questão apontamos diretrizes como necessárias para avançar o processo de mudança da formação médica. Nosso estudo gerou um espectro grande de possíveis conclusões e, ao destacar a necessidade de novas investigações quanto à importância de pesquisas no ensino médico, defendemos que as Cadeiras Básicas devem incentivar programas de iniciação científica e promover interação ensino-serviços de saúde-comunidade. Esse desafio pode representar a maior prioridade do SUS. |