Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Augusto José Gonçalves de |
Orientador(a): |
Moreira Junior, Edson Duarte |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/7636
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A doença cardiovascular é a causa mais comum de morte em todo o mundo. Em homens, 50% das mortes por doença arterial coronariana ocorre em indivíduos sem história prévia de doença cardiovascular. Disfunção erétil e doença arterial coronariana têm uma relação estreita, já que ambas são consequências de disfunção endotelial, levando a limitações no fluxo sanguíneo. A associação entre severidade da disfunção erétil e a extensão das lesões da doença arterial coronariana ao exame angiográfico sugere que homens com disfunção erétil sejam considerados sob risco aumentado de doença arterial coronariana. OBJETIVO: Avaliar o papel da disfunção erétil como manifestação sentinela e/ou marcador de risco para doença arterial coronariana. MÉTODOS: Realizou-se uma análise secundária com dados previamente coletados em dois projetos (“Projeto Avaliar” e “Projeto Ampliar”). Pacientes do sexo masculino, com idade >18 anos, foram convidados a participar das duas pesquisas sobre disfunção erétil ao comparecerem a uma consulta médica ambulatorial em 2002-2003 (Projeto Avaliar) e em 2003-2004 (Projeto Ampliar). Foram selecionados, consecutivamente, 20 pacientes por cada um dos oito mil médicos que colaboraram com o estudo. O grau de disfunção erétil foi avaliado por pergunta única de auto-avaliarão global. A presença de condições médicas foi identificada por auto-relato, os participantes informaram se já haviam recebido diagnóstico médico de: hipertensão arterial, diabetes, depressão, hiperplasia benigna ou câncer de próstata, hipercolesterolemia ou doença arterial coronariana e qual a idade quando o problema foi diagnosticado. Análise multivariada através de regressão logística foi usada para calcular a razão de prevalência de “odds” para as associações testadas. RESULTADOS: No total, foram avaliados 148.685 pacientes, 71.503 no Projeto Avaliar e 77.182 no Projeto Ampliar. A prevalência de disfunção erétil foi 58,8% e a de doença arterial coronariana 8,1%. Diagnóstico de diabetes, depressão, hiperplasia benigna ou câncer de próstata, doença arterial coronariana, hipertensão e hipercolesterolemia foram significativamente associados com prevalência aumentada de disfunção erétil. Doença arterial coronariana foi reportada em 11,3% dos homens com disfunção erétil, comparado a 3,6% naqueles sem esta disfunção (p<0,001). A razão de "odds" ajustada entre doença arterial coronariana e disfunção erétil foi de 1,33 (IC 95% 1,27-1,39). Aproximadamente, 50% dos diagnósticos de doença arterial coronariana ocorreu antes do diagnóstico de disfunção erétil, enquanto a outra metade aconteceu ao mesmo tempo ou depois do diagnóstico da disfunção. CONCLUSÕES: Nossos dados sugerem que disfunção erétil pode ser um marcador, manifestação "sentinela", de doença arterial coronariana. As implicações destes resultados são: deve-se enfatizar a importância da investigação de rotina da função erétil nas visitas médicas em qualquer especialidade, e em homens apresentando disfunção erétil, deve-se investigar a presença de outros fatores de risco para doença arterial coronariana e, conforme as circunstâncias, tratá-los ou introduzir medidas de redução/controle de risco, conforme as recomendações e diretrizes específicas. |