Degeneração atípica: uma incursão ao arquivo de Elza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Muñoz, Pedro Felipe Neves de
Orientador(a): Facchinetti, Cristiana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6099
Resumo: Esta investigação histórica da teoria e prática psiquiátrica no Brasil pretende analisar os Estados Atípicos de Degeneração, um grupo de categorias diagnósticas sugerido pela Classificação Psiquiátrica da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Neurologia e Medicina-Legal, em 1910. Para realização deste estudo, selecionamos um caso clínico específico do Pavilhão de Observação, instituição que se localizava no complexo do antigo Hospício Nacional de Alienados, responsável pelo ensino de psiquiatria e triagem de pacientes. Este caso versa sobre uma mulher alemã, denominada em nossa pesquisa de Elza, que se envolveu em uma trama de intrigas que culminou em sua internação no Pavilhão de Observação, em junho de 1925, através da polícia e a pedido do marido, sob a alegação de abandono do lar conjugal, adultério e suspeita de loucura. No Pavilhão, Elza foi diagnosticada como portadora de um estado atípico de degeneração, com síndrome paranóide de interpretação e delírio de ciúmes , conseguindo sair de lá através de um habeas corpus. Nosso principal objetivo é analisar as relações entre gênero, prática psiquiátrica e degeneração atípica, através de uma incursão no arquivo de Elza, caracterizado por uma rede de discursos que articularam disputas por autoridade e verdade entre os diferentes protagonistas do caso. Nesse sentido, seguindo o curso das atipicidades desta história, nós iremos debater as diferenças culturais, questões de classe social, gênero e direitos civis dos homens e mulheres na legislação brasileira e alemã, nas primeiras décadas do século XX.