Resposta imune inata a infecção pelo vírus chikungunya: subpopulação de monócitos e fatores antivirais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Caroline Fernandes dos
Orientador(a): Azeredo, Elzinandes Leal de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51533
Resumo: Células e moléculas sinalizadoras da resposta imune inata são as principais responsáveis pela defesa inicial dos organismos contra agentes invasores. Dentre os leucócitos responsáveis pela imunidade inata estão os monócitos - população relacionada a infecções bacterianas e virais. Existem três subclassificações de monócitos (clássicos, intermediários e não clássicos) que parecem responder de maneira heterogênea aos diferentes patógenos. É através de PRRs - reconhecendo PAMPs - que ocorre a ativação celular e transcrição de fatores que culminam na produção de citocinas e quimiocinas. Dentre os PRRs destaca-se a superfamília dos TLRs, onde o TLR7 e mais recentemente os TLR2 e TLR4, desempenham papel importante no curso das infecções virais levando a produção de IFNs, além das outras moléculas pró-inflamatórias responsáveis pela lise de células infectadas, recrutamento de outros subtipos celulares e clearance viral. O CHIKV é uma arbovirose transmitida principalmente pelo A. aegypti que teve sua chegada ao Brasil nos últimos anos, causando epidemias caracterizadas por mialgia, febre, manifestações cutâneas e dores articulares incapacitantes que podem se estender por meses ou anos. Ainda não está claro quais são os mecanismos para o aparecimento de sintomas tão intensos e estabelecimento de quadros crônicos. Também pouco se sabe sobre o estado imunológico de pacientes coinfectados com o vírus CHIKV e outros arbovirus em circulação no país tais como o ZIKV e DENV. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a resposta imune antiviral através da caracterização de subpopulações de monócitos e seu padrão de ativação em pacientes infectados com CHIKV, nas diferentes fases da doença, e em pacientes co-infectados; além de avaliar a produção de mediadores antivirais e inflamatórios Analisando as células de pacientes naturalmente infectados pelo CHIKV e apresentando co-infecções, observamos que há aumento na frequência de monócitos intermediários em pacientes mono e coinfectados com CHIKV em relação aos controles. Também demonstramos aumento da expressão de CD163 e HLA-DR nessa mesma subpopulação em todos os grupos de pacientes. As análises da expressão de TLR2 e TLR4 mostraram que esses TLRs estão aumentados em monócitos clássicos e intermediários em pacientes apresentando coinfecção com o CHIKV. No entanto, a subpopulação de monócitos não-clássicos apresentou baixa expressão de TLR2 e TLR7 na fase crônica da infecção. A quantificação da carga viral dos pacientes monoinfectados com CHIKV demonstrou que é possível detectar vírus circulante após três meses de doença. Comparamos fatores solúveis plasmáticos de controles sadios e pacientes infectados pelo CHIKV. Observamos baixas dosagens dos IFNs \03B1/\03B3 assim como do TNF-\03B1 nos pacientes. Demonstramos elevadas dosagens plasmáticas das quimiocinas CCL2, CCL4, CXCL8 e CXCL10 durante a fase aguda da infecção, corroborando com os quadros inflamatórios vistos na clínica. Baixas dosagens de CCL5 e EGF foram encontradas na fase aguda. Interessantemente, elevadas dosagens de CCL5 foram encontradas nos casos crônicos. Juntos, os resultados demonstram que as subpopulações de monócitos se ativam de maneira diferente em resposta a infecção pelo CHIKV e que o vírus parece estar promovendo ativação celular e modulando a expressão de citocinas com papel antiviral efetivo