Caracterização de vírus gastroentéricos em crianças com doença diarreica e coinfectadas ou não pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV-1) hospitalizadas no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Portes, Silvana Augusta Rodrigues
Orientador(a): Volotão, Eduardo de Mello, Costa, Filipe Aníbal Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24194
Resumo: Os vírus gastrentéricos são associados à casos esporádicos e surtos de doença diarreica (DD). A DD é uma complicação frequente em crianças imunocompetentes e imunocomprometidas. O objetivo principal deste estudo, foi avaliar a frequência de detecção dos vírus gastroentéricos (rotavírus [RVA], norovírus [NoV], astrovírus [HAstV] e adenovírus [HAdV]) ou emergentes (bocavírus [HBoV] e aichivírus [AiV-1]), em crianças hospitalizadas com DD, infectadas ou não infectadas pelo HIV-1, no estado do Rio de Janeiro. Neste contexto, as taxas de detecção destes vírus nessas crianças, foram descritas e comparadas e, a infecção recorrente de HAdV em crianças soropositivas para HIV-1, foi avaliada. Além disso, foi possível investigar a etiologia viral de um surto de DD ocorrido no Rio de Janeiro, em 2013. O RVA foi detectado por ensaio imunoenzimático (EIE) e por eletroforese em gel de poliacrilamida (EGPA), sendo caracterizado por semi-nested multiplex RT-PCR. Os NoV, HAdV,HAstV, HBoV e AiV-1 foram detectados e caracterizados através da PCR ou RT-PCR e sequenciamento. A carga viral dos RVA, NoV, HAstV, HAdV e HBoV foram determinadas nas fezes das crianças estudadas. Nossos resultados, mostraram que o AiV-1, NoV, HBoV e HAdV foram significativamente mais frequentes entre as crianças HIV-1 soropositivas, enquanto RVA e HAstV foram significativamente menos frequentes entre essas crianças. A circulação do AiV-1 genótipos A e B foi demonstrada nas crianças estudadas. Foram observadas coinfecções nas crianças estudadas, sendo mais frequentes nas crianças com AIDS A mediana da carga viral de HAstV nas fezes das crianças estudadas, foi significativamente maior entre as crianças HIV-1 positivas em comparação com crianças HIV-1 negativas, enquanto que para RVA, NoV, HBoV e HAdV, não hove significância nas medianas das cargas virais nas fezes destas crianças. NoV e o HBoV foram significativamente mais frequentes entre crianças com contagem de linfócitos TCD4+<200 células/mm3. Os dados apontam o NoV, AiV-1 e HAdV como patógenos oportunistas, infectando crianças com AIDS e DD. A diversidade genética foi demonstrada, sendo possível apresentar as variantes circulantes para os vírus estudados. A infecção recorrente por HAdV foi detectada entre as crianças HIV-1 soropositivas, com HAdV-F40, -F41 e D associados a diarreia crônica e persistente. O HAdV foi o único vírus detectado no surto de 2013, no Rio de Janeiro, sendo o HAdV-A12 associado ao surto. Os resultados obtidos neste estudo, monstram que os vírus gastroentéricos e emergentes devem ser considerados como causas importantes de DD em crianças HIV-1 soropositivas. Além disso, este estudo enfatiza a importância de investigar os vírus gastroentéricos e emergentes em casos de DD, especialmente em surtos, visando a vigilância desses vírus em DD em países onde a vacinação com RVA é rotineiramente realizada.