Velocidade de fluxo sanguíneo cerebral em crianças e adolescentes com doença falciforme em Salvador, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Chukwu, Bartholomew Friday
Orientador(a): Gonçalves, Marilda de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20938
Resumo: INTRODUÇÃO: A doença falciforme (DF) é caracterizada por complicações agudas e crônicas. Entre as agudas podemos citar: episódios álgicos, síndrome torácica aguda (STA), priapismo, crise hemolítica, infecções agudas e acidente vascular cerebral (AVC), sendo este útimo responsavel por complicações a longo prazo na infância. A velocidade do fluxo sanguíneo cerebral (VFSC) elevada é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento do AVC em crianças com anemia falciforme. A identificação de pacientes de risco associados a velocidades de fluxo sanguíneos cerebrais anormais é realizada pelo Doppler transcraniano (DTC), exame fundamental à prevenção primária do AVC. OBJETIVOS: Avaliar as velocidades de fluxo sanguíneo cerebral em crianças e adolescentes com DF em Salvador-Bahia, para identificar aqueles com risco alto de AVC, além de correlacionar as velocidades de fluxo cerebral com os perfis clínico e hematológico dos pacientes. PACIENTES E MÉTODOS: O DTC por insonação, utilizando uma sonda de 2 MHZ, foi realizado em crianças e adolescentes de 2 a 16 anos que preencheram os critérios de inclusão. A saturação de oxigênio e os parâmetros antropométricos foram medidos e os perfis clínico e hematológico foram obtidos dos prontuários de cada paciente. RESULTADOS: Cento e trinta e cinco pacientes foram recrutados para o estudo. A mediana geral da velocidade média máxima (VMMAX) foi de 125cm/s: o normal sendo que 70-169cm/s. Pacientes com anemia falciforme (HbSS; AF) apresentaram velocidades significamente maior (131cm/s) que aqueles com HbSC (107cm/s). Apenas um (0,74%) paciente apresentou a velocidade anormal (≥200cm/s) e 18 (13,33%) apresentaram velocidade condicional (170-199cm/s). As velocidades correlacionaram-se inversamente com a saturação de oxigênio, concentração de hemoglobina e idade do paciente, e positivamente com a contagem de leucócitos, neutrófilos, monócitos e plaquetas. A contagem de leucócitos, neutrófilos, monócitos e a concentração de hemoglobina fetal (HbF), e idade do paciente, apresentaram associação linear com a velocidade do fluxo sanguuíneo cerebral, enquanto outras variáveis foram mantidas constantes. Os pacientes que apresentaram história pregressa de STA e eventos dolorosos recorrentes apresentaram risco aumentado para o desenvolvimento de velocidades de DTC alteradas. CONCLUSÃO: A frequência de VFSC anormal em crianças e adolescentes com DF em Salvador-Bahia foi baixa. As crianças mais jovens e aquelas com AF apresentaram VFSC mais elevadas e risco maior para o desenvolvimento de velocidades alteradas. A presença de saturação de oxigênio e concentração de hemoglobina diminuídas e leucometria e contagem de plaquetas elevadas estiveram associadas as velocidades de fluxo sanguíneo cerebral mais elevadas ao serem estimadas pelo DTC.