Análise ecoepidemiológica da malária no município de Anajás, Pará, utilizando geoprocessamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Nóbrega, Martha Elizabeth Brasil da
Orientador(a): Gonçalves, Nelson Veiga
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35100
Resumo: A malária, doença infecciosa febril aguda, tem por agentes etiológicos os protozoários do gênero Plasmodium. No Brasil, em torno de 99% dos casos registrados de malária ocorrem na Amazônia Legal, dos quais cerca de 80% se concentraram nos Estados do Amazonas, Pará e Rondônia. O Município de Anajás foi responsável por 17,4% dos casos de malária do Estado do Pará, cerca de 80% dos casos de malária ocorridos na região do Marajó. Assim como em toda a Região Amazônica, a transmissão da malária no Marajó está relacionada a fatores intrínsecos e extrínsecos a ela. O objetivo do estudo é compreender a dinâmica da malária no Município de Anajás, Pará, considerando-se dimensões espaciais e temporais, a partir da utilização do geoprocessamento. Para tal, foi construído um banco de dados com os casos registrados na Amazônia Legal e cujo município de infecção foi Anajás – PA. A partir desse banco, foi analisada a dinâmica da doença no município de acordo com algumas variáveis estudadas. Após o georreferenciamento das localidades com transmissão de malária e cadastradas no SIVEP – Malária, foi construído um SIG e, a partir deste, analisados os padrões espaciais da dinâmica da malária em Anajás – PA, ao longo dos anos de estudo. Através da série histórica, observou-se que o município seguiu em uma tendência de redução do número de casos até o ano de 2008, quando passou a aumentar esses números atingindo quase 26.000 casos em 2009. O perfil epidemiológico da malária em Anajás – PA é de indivíduos do sexo masculino (55,50%), menores de 10 anos (36,68%), domésticas (16,02%) ou da exploração vegetal (15,21%), infectados na zona rural do município (84,87%) e detectados através de busca ativa de suspeitos (68,46%), apresentando sintomas (96,19%), infectados por P. vivax (69,70%), cujo tratamento teve início em até 48 horas após os primeiros sintomas (48,41%) e com esquema de tratamento de primeira escolha para tais infecções (68,47%). A análise espacial demonstrou que, apesar de algumas variações durante os anos, o padrão de distribuição se concentra na sede do município e em aglomerados de localidades no extremo leste do Alto Rio Anajás, porção leste do Baixo Rio Anajás e extremo norte do Rio Mocoões, apesar deste não aparecer como zona de alta densidade nos mapas. Constata-se a carência de mais estudos na área para o melhor monitoramento da malária e suas interações para o melhor direcionamento de estratégias de controle mais específicas para cada área afetada.