Acesso ao cuidado em saúde: a percepção de pessoas atendidas pelas equipes de Consultório na Rua do Município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Goldblum, Avner Shimon
Orientador(a): Engstrom, Elyne Montenegro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46190
Resumo: O aumento das pessoas em situação de rua (PSR) em grandes centros urbanos, associado à extrema vulnerabilidade em condições de vida e saúde trazem desafios no acesso ao cuidado em saúde. Essas pessoas podem ser consideradas invisíveis sociais, situação agravada pelo contexto neoliberal gerando tensões em modelos de atenção à saúde, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS). O cuidado primários à PSR foi normatizada pela Política Nacional de Atenção Básica em 2011, com a criação das equipes de Consultório na Rua (eCnaR). Entendendo-se acesso como um conceito multidimensional, pretendeu-se captar a percepção da PSR sobre as suas necessidades, as barreiras e facilitadores ao acesso ao cuidado relacionados às práticas das eCnaR e também a dimensão da aceitabilidade como indicador de acesso. Objetivo: analisar o acesso ao cuidado em saúde na percepção de pessoas atendidas pelas eCnaR no município do Rio de Janeiro (MRJ). Metodologia: estudo de caso, considerando o universo das sete equipes existentes no MRJ nos anos de 2016/2018, período da coleta de dados. A abordagem analítica foi principalmente qualitativa, com base em entrevistas semiestruturadas (n=14 usuários) e observação direta do trabalho das equipes. Realizou-se análise temática de conteúdo, com categorias teóricas - cuidado pela baixa exigência & alta disponibilidade, redução de danos e aceitabilidade e empíricas - invisíveis sociais, encontros terapêuticos e as ações intersetoriais. Optou-se ainda por descrever algumas informações de natureza quantitativa, disponibilizadas em relatórios pela gestão municipal, com base em cadastros e produção ambulatorial do sistema e-SUS. Resultados: situações limitantes ao acesso ao cuidado em saúde: estigma social, a dificuldade de inclusão social e a falta de alguns recursos das eCnaR e da Rede; facilitadores foram: o processo de trabalho das eCnaR, a construção de vínculo, o cuidado integral e compartilhado, acolhimento na rua, horários flexíveis para atendimento, acolhimento humanizado e redução de danos. O acesso a saúde contribuiu para a promoção de cidadania para a PSR. Destaca-se aceitabilidade favorável pela PSR ao cuidado pelas eCnaR Conclusão: Manter e ampliar o número de eCnaR para outras áreas da cidade, com provisão de recursos estruturais. Há desafios como a garantia de equipe multiprofissional completa, suporte logístico para a abordagem na rua, desafio no âmbito do apoio da gestão para lidar com casos complexos.