Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Greco, Jiuseppe Benitivoglio |
Orientador(a): |
Bina, José Carlos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35391
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Resumo: |
No Brasil, especialmente no Estado da Bahia, o tétano tem incidência anual ainda elevada, apesar das medidas imuno-preveníveis disponíveis. Também, a literatura especializada tem carência de estudos, avaliando aspectos clínicos e terapêuticos. Em vista disto, foram estudadas as características clínicas, terapêuticas, epidemiológicas e evolutivas dos casos de tétano neonatal e acidental, internados de 01/01/1986 a 31/12/1997, no Hospital Couto Maia, hospital de referência de doenças infecto-contagiosas de Salvador, Bahia. Foram estudados 1.024 pacientes, sendo 156 casos de tétano neonatal (15,2%) e 868 (84,8%) de tétano acidental. No tétano neonatal, houve predomínio do sexo masculino, a letalidade foi de 61,0%, a freqüência de casos mostrou redução significativa no período de 1994 a 1997, provavelmente decorrente da implantação, em 1992, do PETNN (Plano de Eliminação do Tétano Neonatal). A queixa mais freqüente foi a dificuldade da criança "sugar" ou "mamar"; o tempo de doença à internação, os períodos de incubação e progressão foram significativamente menores no grupo que evoluiu para o óbito houve predominância de casos no 2° trimestre do ano. Quanto ao tétano acidental, predominou também no sexo masculino, ocorreu mais nos 14 adolescentes e adultos jovens, agricultores e a letalidade foi de 35,4%, sendo maior, entre os adultos, especialmente os de 51 anos ou mais. Também entre os casos de tétano acidental, houve decréscimo do número de casos entre 1994 e 1997, mas, não foi observado nenhum período de maior incidência durante o ano. Os casos de tétano acidental referiram como queixa mais freqüente o trismo. As lesões perfurantes foram significativamente mais freqüentes se a área afetada foi em membros inferiores. Em 76 casos de tétano acidental, o foco não foi evidente. Os expostos ao clostrideo por injeção intramuscular mais freqüentemente faleceram. Também no grupo de tétano acidental, o tempo de doença, os períodos de incubação e progressão foram significativamente menores no grupo que evoluiu para o óbito, mostrando a importância dessas variáveis no prognóstico da doença. A maior parte dos casos negou uso prévio de vacina ou soro antitetânico por ocasião do acidente; o uso prévio de antibiótico, quando usado isoladamente, não se mostrou eficaz, sobretudo a penicilina benzatina. A via perifocal de administração do SAT no tétano declarado, além da venosa, foi significativamente mais freqüente no grupo alta. Contraturas, febre acima de 38°C e sinais de hiperatividade simpática, foram mais observadas no grupo óbito. A uréia, a creatinina, as aminotransferases, sobretudo a AST, leucocitose com neutrofilia e dose de diazepínico, foram significativamente maiores no grupo óbito. Outros 27 casos tiveram porta de entrada ou apresentações clínicas não-usuais, entre as quais, um caso de fratura de T5 a T8 com compressão medular. Outros ainda, no total de 23, apresentaram tétano localizado. Em conclusão, alguns indicadores clínicos poderão favorecer subsídios a futuras investigações, bem como, servirem de elementos em avaliação e controle de pacientes, notadamente ao considerar o escore com as variáveis mais preditivas à gravidade: idade, tempo de doença, período de incubação, rigidez de nuca, contraturas, opistótono, temperatura, freqüência cardíaca, sudorese e infecção pulmonar. |