Implementação da técnica de avaliação de aberrações cromossomiais e sua aplicação em indivíduos expostos a solventes e metais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Murata, Marcos Massao
Orientador(a): Mattos, Rita de Cássia Oliveira da Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4739
Resumo: Durante as últimas décadas, biomarcadores citogenéticos em linfócitos de sangue periférico têm sido usados para avaliar a exposição ocupacional a agentes carcinogênicos ou mutagênicos. A preocupação sobre os efeitos dos agentes genotóxicos nas populações humanas expostas ocupacionalmente, acidentalmente ou por estilo de vida tem crescido. Alterações cromossomiais induzidas em linfócitos humanos são biomarcadores bem estabelecidos de exposição ocupacional e ambiental a agentes genotóxicos. Participaram do estudo trabalhadores de um Estaleiro e de um Laboratório de Análises Tóxicológicas onde foram analisadas alterações citogenéticas em linfócitos de sangue periféricos, bem como indicadores biológicos de exposição aos metais chumbo e manganês. Os indicadores de exposição ao chumbo apresentaram as seguintes alterações: diferença significativa entre os grupos estudados nos níveis dos indicadores ALA-U, Pb-S, correlação significativa entre % de recuperação da ALAD e Pb-S no grupo Estaleiro e 22,2% dos trabalhadores deste grupo que apresentaram % de recuperação da ALAD acima do Índice Biológico Máximo indicando que o grupo Estaleiro apresenta exposição ocupacional ao chumbo. A exposição ao manganês deve ser mais bem estudada, pois embora os resultados da exposição não sejam conclusivos, os trabalhadores do grupo Estaleiro apresentam uma diferença perto da significância (p=0,075) dos níveis de Mn em sangue em relação ao outro grupo e apresentam uma alta freqüência de pneumonia ocupacional, uma das doenças causadas pela exposição ao manganês. A alta freqüência de aneuploidias no grupo Estaleiro indica risco de desenvolvimento de processos de carcinogenicidade neste grupo. Com relação ao grupo Laboratório, os resultados do presente estudo não evidenciam uma forte associação das alterações citogenéticas versus exposição. È fundamental que um maior número de trabalhadores sejam avaliados, mas é importante ressaltar a necessidade de um programa de prevenção da exposição profissional e um controle efetivo dos aspectos ambientais. A aneuploidia se correlacionou fortemente com as outras alterações citogenéticas demonstrando ser importante ferramenta na avaliação da genotoxicidade. Existe uma evidência da relação da exposição ao metal chumbo com o aparecimento da alteração citogenética SPC no grupo Estaleiro, pois foi encontrada uma correlação bastante significativa entre o indicador de exposição ao chumbo % de rec de ALAD e esta alteração citogenética. Os resultados dos testes χ2 revelam que os trabalhadores avaliados neste estudo apresentam alterações citogenéticas diferentes do controle do estudo de Major, Jakab e Tompa, 1999, indicando que estão expostos ocupacionalmente a substâncias clastogênicas, em especial o grupo Estaleiro. Os indicadores genotóxicos podem não analisar de forma específica a exposição a substâncias químicas, mas estabelecem fortes associações com a exposição a estas, devendo ser incluídos como uma ferramenta independente na avaliação de risco toxicológico.