Estudo da diversidade genética de estirpes de Listeria monocytogenes sorotipo 1/2a por “Multi-Virulence-Locus Sequence Typing” (MVLST)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Débora Alves Ferreira da
Orientador(a): Capasso, Ivano Raffaele Victorio de FilippiS
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35572
Resumo: Listeria monocytogenes é um patógeno oportunista e está entre as principais causas de morte por doenças transmitidas por alimentos. Sua manifestação clínica é conhecida como listeriose e suas características de resistência ao congelamento, secagem e calor são fatores de risco para o consumo de alimentos malcozidos ou crus, por indivíduos dos grupos de risco (idosos, gestantes e imunocomprometidos). Com o aumento da incidência de casos relacionados ao sorotipo 1/2a em várias partes do mundo, torna-se importante desenvolver estudos epidemiológicos de cepas circulantes isoladas de alimentos no Brasil. O objetivo deste estudo foi avaliar a diversidade genética de estirpes de L. monocytogenes sorotipo 1/2a isoladas de alimentos e de amostras clínicas no Brasil pela técnica do Multi-Virulence-Locus Sequence Typing (MVLST), possibilitando correlacionar o potencial patogênico dos isolados com clones epidêmicos (EC) e cepas patogênicas isoladas em outras regiões do mundo. Um total de 53 cepas de L. monocytogenes sorotipo 1/2a foram avaliadas neste estudo, sendo três cepas de origem clínica e 50 cepas isoladas de alimentos. Foi realizada a tipificação das cepas pelo sequenciamento dos genes clpP, dal, inlB, inlC, lisR e prfA. As 53 cepas foram agrupadas em 10 Virulence Type (VT), sendo identificados sete já descritos no banco de dados e três VT novos. Foi observada uma relação de 5,3 cepas por VT e a técnica do MVLST apresentou um valor de índice discriminatório de 0,698. Dois VT (VT59 e VT14) encontrados foram compatíveis com VT depositados no banco descritos como EC (ECV e ECVIII). O VT184 foi descrito pela primeira vez neste trabalho por possuir uma combinação nova de alelos e os VT185 e VT186 apresentaram novos alelos nos genes inlB e prfA, respectivamente. A identificação de cinco VT (VT11, VT14, VT45, VT59 e VT68), já associados a casos de listeriose no mundo, em isolados de alimentos prontos para o consumo no Brasil demonstra que estes podem representar um risco para saúde da população, principalmente em indivíduos pertencentes aos grupos de risco. Três VT (VT11, VT59 e VT186) foram identificados em amostras de hemocultura, sendo os VT11 e VT59 também identificados em diferentes classes de alimentos, indicando que estes podem estar atuando como veículo de contaminação para os casos de infecções. Os resultados apontam uma necessidade de ampliar o controle e investigação deste patógeno em casos clínicos e alimentos produzidos e comercializados no território, para que se possa ter real conhecimento da disseminação deste patógeno e medidas preventivas em relação a surtos e casos esporádicos possam ser estabelecidas.