Leptospira interrogans sorovar Copenhageni e Icterohaemorrhagiae: relação evolutiva, diferenças genéticas e associação com desfecho clínico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Luciane Amorim
Orientador(a): Alcantara, Luiz Carlos Júnior
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12085
Resumo: A leptospirose é a zoonose mais disseminada mundialmente por infectar diversas espécies diferentes de animais mamíferos. Apresenta 22 espécies identificadas, sendo dez patogênicas, cinco intermediarias e sete saprofiticas, além de apresentar mais de 250 sorovares diferentes. Em Salvador, Leptospira interrogans sorovar Copenhageni é a causadora da epidemia urbana na cidade e apresenta ratos como seu hospedeiro reservatório. As formas clínicas da leptospirose podem variar de assintomática a formas graves. As manifestações clínicas mais graves envolve o desenvolvimento da síndrome Hemorrágica pulmonar severa, e óbito do paciente. Estudos para entender as diferenças genéticas entre as diferentes espécies e sorovares é de extrema importância para identificar fatores de virulência da bactéria, genes que possam está associado aos diferentes formas clinicas, e sua capacidade de se adaptar aos diferentes ambientes. Neste trabalho foi estudado o genoma de dois importantes serovares de L. interrogans, o sorovar Copenhageni e o serovar Icterohaemorrhagiae, e suas diferenças genéticas e associação com dados clínicos e epidemiológicos. Um total de 141 isolados tiveram seus genomas sequenciados. Foi construindo e validado um pipeline para a o mapeamento e construção dos genomas e a identificação de SNPs e Indels. Os resultados encontrados demostraram um alta similaridade entre os isolados dos dois serovares, de diferentes regiões geográficas e isolados em anos diferentes. As sequências deste estudo se mostram conservadas ao longo do tempo sem apresentar nenhuma mutação associada as diferentes forma clínicas da doença, indicando que outros fatores, tais como os do hospedeiro, podem estar envolvidos na diversidade de sintomatologia. Na comparação do genoma dos isolados de L. interrogans, sorovar Copenhageni e sorovar Icterohaemorrhagiae foi identificado apenas uma mutação que as difere geneticamente. Essa mutação está presente no gene LIC12008 que produz uma proteína hipotética, e que a sua avaliação in silico demostrou estar envolvida na síntese de LPS, justificando assim as diferenças encontradas no teste serológico. Além disto, também foram avaliadas as diferenças entre 20 das 22 espécies de Leptospira, para identificar possíveis fatores de virulência e genes que possam estar envolvidos na patogênese e adaptação da bactéria ao ambiente. Estudos de fatores genéticos da Leptospira pode auxiliar ao manejo da doença, com uma melhor assistência e terapia para os pacientes, desenvolvimento de vacinas e diagnostico desta doença negligenciada.